Alexandre Cerqueira, o suposto emissário da propina, é afastado
Apontado como coletor de “ajuda” financeira a mando de distritais, o servidor, que é secretário executivo da Terceira Secretaria, fica suspenso das funções até que seja batido o martelo sobre sua exoneração, que pode ocorrer na segunda-feira (29/8)
atualizado
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O secretário executivo da Terceira Secretaria, Alexandre Braga Cerqueira, foi afastado das funções nesta quinta-feira (25/8), após reunião da Mesa Diretora interina. A decisão é do terceiro-secretário, Rodrigo Delmasso (PTN), que assumiu o cargo após a Justiça decretar o afastamento dos titulares da Mesa. A princípio, Cerqueira não será exonerado. Ele é acusado de pedir propina para empresários em nome de parlamentares.
Delmasso disse, entretanto, que a Mesa voltará a se reunir na segunda-feira (29), e a exoneração de Cerqueira voltará à pauta. “Eu ainda não vou exonerá-lo porque preciso colocar uma pessoa de confiança. O Alexandre está afastado das funções, mas, até eu ter alguém, não vou exonerá-lo”, disse o distrital. O servidor não foi localizado pela reportagem para comentar o afastamento.Também na segunda-feira (29), a Mesa vai apresentar o “relatório burocrático” de cada uma das secretarias legislativas e definir se outros servidores nomeados pelos deputados afastados serão exonerados. São eles: a presidente da Casa, Celina Leão (PPS); o 1° secretário, Raimundo Ribeiro (PPS); o 2° secretário, Júlio César (PRB); e o 3º secretário, Bispo Renato Andrade (PR).
Alexandre “Dudalina”, comissionado há 20 anos
Cerqueira, que recebe R$ 17 mil mensais na CLDF, é funcionário da Casa há 20 anos e tem ligações com o ex-distrital Aylton Gomes, réu na Operação Caixa de Pandora. Mas hoje, responde a Bispo Renato. O distrital evangélico é um dos citados nos grampos de Liliane Roriz (PTB) por envolvimento num suposto esquema de cobrança de propina em contratos da saúde do DF. Cerqueira seria justamente o responsável por “coletar” esses recursos.
Pessoas próximas a Cerqueira contam que ele está sempre muito bem-vestido, com roupas alinhadas e cabelos cortados, usa perfumes importados, ternos e gravatas de grifes renomadas. Por isso, recebeu o apelido de “Alexandre Dudalina”, devido à marca preferida de roupas. Morador de um condomínio em Sobradinho, ele também ostenta uma aliança de ouro cravejada com brilhantes e uma abotoadura de ouro no terno.
Alexandre Braga Cerqueira também divide o seu tempo entre as tarefas de servidor e uma curiosa atuação empresarial. Ele já foi sócio de uma igreja e dono de um lava jato. Hoje, tem uma lotérica e e uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), chamada Associação Escola da Família (AEF). Mas no endereço de registro, em Planaltina, funciona uma igreja evangélica e não há sinal algum da entidade.