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Adote um Distrital entra com pedido de cassação contra Sandra Faraj

Deputada é acusada de receber pagamento de verba indenizatória de forma ilegal. Parlamentar afirma que já apresentou documentos à Casa

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Sandra Faraj 3
1 de 1 Sandra Faraj 3 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A ONG Adote um Distrital protocolou nesta sexta-feira (24/2) um pedido de abertura de processo de cassação contra a deputada Sandra Faraj (SD) após denúncia de uso indevido de verba indenizatória. A entidade alega a falta de comprovação de pagamentos à Netpub. Segundo os proprietários da agência, que cuidava do site da parlamentar, ela recolhia os recibos, fazia o pedido de ressarcimento à Casa, mas não repassava o pagamento à empresa.

No dia 14 de fevereiro, a Adote um Distrital apresentou outro requerimento, só que destinado ao gabinete de Sandra Faraj. No documento, a ONG pediu os comprovantes do repasse à Netpub, mas, até a tarde de quinta-feira (23/2), não houve resposta. À noite, entretanto, a parlamentar informou à entidade que todas as respostas já foram entregues aos órgãos de controle da Câmara Legislativa, que cuidam da fiscalização da utilização da verba indenizatória.

Arquivo Pessoal
ONG protocola pedido de cassação

“A deputada mandou uma resposta depois que anunciamos que entraríamos com a representação, mas foi insuficiente. Ela não apresentou as notas, mas apenas o número do processo. Vamos manter o pedido”, afirmou o coordenador do Adote um Distrital Calebe Cerqueira.

A solicitação foi feita após uma série de denúncias publicadas pelo Metrópoles, que ouviu o ex-servidor Filipe Nogueira, antes lotado no gabinete da deputada, e outras testemunhas, que confirmaram as acusações.

“A Adote um Distrital considera inadmissível a postura da parlamentar que, em vez de vir a público esclarecer as alegações, ignora o apelo popular e sequer explica as denúncias de má utilização dos recursos públicos pelo seu gabinete”, afirma a nota divulgada pela ONG.

Mesa
A Mesa Diretora da Câmara Legislativa se reunirá após o carnaval para analisar o pedido de investigação contra a deputada. A reunião está marcada para a próxima quinta-feira (2), quando o material será enviado para a análise técnica da Procuradoria-Geral da Casa.

A expectativa é de que a Mesa se reúna novamente no dia 6 ou 7 de março para definir se a matéria será analisada pela Corregedoria, comandada pelo deputado Juarezão (PSB).

Posteriormente, se aceita pelo corregedor, a denúncia poderá ser enviada para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que decide se a denúncia vai ou não ao plenário para o processo de cassação de mandato.

Denúncias
Sandra Faraj foi alvo de outras denúncias nas últimas semanas. Além da malversação da verba indenizatória, ex-servidores dizem que a parlamentar cobra dízimo de 30% para os fiéis com cargos indicados por ela na estrutura do Legislativo e do Executivo. O dinheiro iria para a igreja Comunidade Cristã Ministério da Fé, comandada por seu irmão e tutor, Fadi Faraj,

Também por meio de mensagens de WhatsApp, às quais o Metrópoles teve acesso, outro grupo nomeado na cota da parlamentar na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus) foi convocado para trabalhar durante um sábado no projeto de Sandra, denominado “Sim para a Família”. A distrital tem cerca de 400 cargos nomeados dentro da Câmara Legislativa, na Sejus e na Administração Regional de Taguatinga.

Grávida de dois meses, Sandra está de licença médica da CLDF até o dia 27.

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