Abadia troca PSDB pelo PSB e pode compor chapa com Rollemberg
“Confesso, não é fácil ‘abandonar o ninho'”, escreveu em carta endereçada ao presidente nacional da legenda, Geraldo Alckmin
atualizado
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A movimentação política entra em ritmo frenético no DF, com a aproximação do fim do prazo da janela partidária, no sábado (7/4), e traz algumas surpresas. Entre elas, a saída de Maria de Lourdes Abadia do PSDB. A atual Secretária de Projetos Estratégicos do GDF vai trocar a legenda pelo PSB e analisa o convite de compor uma dobradinha com o governador Rodrigo Rollemberg, sendo a vice.
A filiação de Abadia ao PSB está agendada para quinta-feira (5). Na sigla tucana, ela assumiu posição de confronto com o presidente do partido, o deputado federal Izalci Lucas. O atrito chegou a níveis estratosféricos no final de 2017, quando ela aceitou convite para integrar a equipe do Palácio do Buriti, apesar da ferrenha oposição que o parlamentar faz à gestão do socialista.
A saída do “ninho tucano” foi informada ao governador de São Paulo e presidente da legenda, Geraldo Alckmin, e ao secretário-geral do partido, deputado Marcus Pestana, em carta datada dessa terça (3). “Tive a oportunidade de ter a filiação nº 1 no Distrito Federal por ocasião da fundação do partido”, lembrou (veja documento abaixo).
Após fazer um breve histórico sobre sua atuação, explicou o motivo de sua saída: “Depois de tantos anos de luta, presenciamos a intolerância, a vaidade, a arrogância do atual presidente interventor, deputado Izalci Lucas, que não dá espaço para diálogo, entendimento e participação na vida partidária, não aceita eleições, e impõe sua vontade, suas decisões”.
E conclui: “Resta a opção de deixar o partido. Confesso, não é fácil abandonar o ‘ninho'”. Embora já tenha definido a troca de partido, ainda não confirmou se será vice na chapa de Rollemberg ou sairá candidata a deputada federal. De qualquer forma, ela anunciou a desincompatibilização da secretaria para disputar as eleições de 2018.
Perfil
Abadia tem bastante experiência como gestora. Entre outras funções, assumiu o cargo de vice-governadora e também ficou à frente do Executivo em 2006, no lugar de Joaquim Roriz. No Parlamento, foi deputada distrital e federal. Ajudou a consolidar a maior cidade do Distrito Federal, Ceilândia.
Em 1972, começou a trabalhar no Centro de Desenvolvimento Social (CDS), responsável pela integração dos moradores do novo núcleo habitacional. Logo foi convidada pelo governador Hélio Prates para assumir a Administração de Ceilândia. O nome do estádio Abadião é em sua homenagem.
O Metrópoles não conseguiu contato com o deputado Izalci para repercutir a saída de Abadia até a publicação desta reportagem.