A controversa redução de secretarias no DF
Enquanto um grupo de deputados federais criticou a fusão de algumas pastas, representantes do setor acadêmico e do comércio aprovaram a extinção de órgãos
atualizado
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A reforma administrativa no secretariado do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciada nesta terça-feira (13/10) repercutiu também no Congresso Nacional. O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, deputado Herculano Passos (PSD-SP), lamentou a fusão da Secretaria de Turismo com a pasta de Economia e Desenvolvimento Sustentável.
Passos argumenta que a decisão enfraquece o turismo na capital do país. “É lamentável.” Ele comparou a reforma do governo local com a promovida pela presidente Dilma Rousseff no início deste mês, quando a petista reduziu de 39 para 31 o número de ministérios. “Não foi retirado o (Ministério) do Turismo, o que mostra a visão do governo federal em trazer emprego e renda para o setor”, analisou.No último dia 29, o parlamentar entregou uma carta, assinada por ele e pelo presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, Alex Manente (PPS-SP), em que os dois pediam a manutenção da Secretaria de Turismo do Distrito Federal. No texto, os parlamentares argumentaram que Brasília deve se tornar “um grande polo internacional do turismo e, por isso, precisa estar em sintonia com o desenvolvimento econômico e com o crescimento do Brasil”.
Ciência
Dentro do pacote de mudanças que reduziu de 24 para 17 o número de secretarias, foi decidida a extinção da pasta de Ciência e Tecnologia, que ficará vinculada ao gabinete do governador. A medida agradou a ala acadêmica. O decano de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB), Jaime Santana, afirmou que a transferência é uma reivindicação antiga da comunidade científica.
Para Santana, a vinculação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) ao gabinete do governador vai fazer com que a gestão da verba fique menos sujeita a pressões políticas de partidos. “Normalmente, as gestões são desastrosas. Nos anos anteriores, muito dinheiro era gasto de acordo com a vontade do secretário. Agora, será conforme a necessidade e por meio de editais”, resume.
Outro representante de classe que também aprova a decisão do governo de cortar a quantidade de secretarias foi o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana. “Sou da tese de que as atividades não podem ser suprimidas, mas é preciso diminuir essa estrutura de Estado. O que são atividades afins podem se unir perfeitamente”, acredita. Para ele, isso não significa que as áreas desaparecerão. “Pelo contrário, esse processo pode até agilizar e facilitar os canais de comunicação.”