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Policial sobre caso de racismo em banco no DF: “Preconceito velado”

José Mendes, 55, denuncia ter sido impedido de entrar na agência mesmo depois de se identificar como policial e correntista

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1 de 1 Policial - Foto: Arquivo Pessoal

“Foi muito constrangedor para a minha pessoa, são coisas que marcam a gente”. Assim, o policial civil do Distrito Federal José Mendes, 55 anos, resumiu para o Metrópoles o caso de racismo sofrido em uma agência bancária do Guará. A situação aconteceu em 11 de novembro.

Segundo o agente, os funcionários do banco identificaram que ele estava armado e o impediram de entrar no local por causa de um suposto protocolo da central em São Paulo, mesmo depois de José mostrar o documento policial civil.

Para ele, no entanto, trata-se de racismo.

Na véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, próximo sábado, ele lamentou o ocorrido. “A consciência é não deixar esses fatos acontecerem. A dignidade humana tem que estar acima disso”, defendeu.

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Ele é policial civil há 26 anos
Morador do Guará desde a infância, ele relata constrangimento com o caso ocorrido na agência bancária da região
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José estava acompanhado da esposa no dia em que foi barrado de entrar no banco

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Ele é policial civil há 26 anos

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Morador do Guará desde a infância, ele relata constrangimento com o caso ocorrido na agência bancária da região

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José procurou a agência bancária para fazer um depósito. Ao chegar ao local, retirou a senha de atendimento e caminhou para a porta de acesso. Nesse momento, o agente alegou que a esposa entrou normalmente. Contudo, quando chegou a vez dele, a porta giratória travou, impedindo a entrada dele.

“Eu apresentei a carteira de policial para um dos vigilantes, mas ele me informou que eu teria de aguardar autorização da central do banco, em São Paulo, para poder entrar”, relembra.

Segundo ele, essa foi a primeira vez que uma situação desse tipo ocorreu em uma ida ao banco e que, normalmente, o acesso é liberado após a apresentação do documento em outras agências do Santander.

Após aguardar cerca de 10 minutos, o policial questionou o gerente do banco sobre o motivo para a demora no protocolo, mas o funcionário continuou afirmando que ele deveria aguardar. “Qual decisão alguém de São Paulo tomaria sem ver a minha documentação?”, alegou à reportagem.

Quando outra vigilante interveio na discussão, José desconfiou de racismo. “Eu comecei a imaginar quando a vigilante falou: ‘Não dá para fazer o depósito sem ele entrar [no banco], não?’ Aí, a situação mudou de figura, e eu percebi que a situação se tratava de preconceito. Só que era velado, ninguém ia falar”, avaliou.

De acordo com o agente da Polícia Civil do DF (PCDF), a situação só foi resolvida no momento em que outro policial civil, branco, chegou e certificou-se de que Mendes era da mesma corporação. Assim, os gerentes liberaram a entrada da vítima, que não teve mais de esperar a suposta liberação vinda de São Paulo. A espera teria sido de meia hora.

“O que aconteceu é velado, vergonhoso e vexatório para mim e para a minha esposa”, lamentou.

José registrou ocorrência na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). A delegada-chefe da unidade especializada, Angela Santos, averiguou as imagens captadas por câmeras de segurança do banco e instaurou o inquérito.

O policial civil faz parte da corporação há 26 anos e mora no Guará desde criança, região onde houve o caso.

O outro lado

Em nota, o Santander informou que “realiza procedimentos de segurança específicos para a entrada de clientes que se identificam como oficiais armados em suas agências. Este protocolo visa proteger clientes e colaboradores”.

Além disso, o banco alegou que, “no caso citado, a checagem da documentação demorou menos de 10 minutos, quando a entrada foi liberada. O Santander repudia qualquer ato discriminatório e afirma que não identificou, por parte de nenhum dos seus empregados ou colaboradores, qualquer atitude de cunho racista”.

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