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Policial do DF que ameaçou e ligou 98 vezes para ex é presa

Justiça determinou ainda apreensão de equipamentos eletrônicos, arma e quebra de sigilo telefônico

atualizado

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1 de 1 capa crimes cibernéticos - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Rafaela Luciene Motta Ferreira foi presa preventivamente na noite desta sexta-feira (6/8). A mulher é acusada pelo crime de stalking contra um antigo namorado: ela ameaçou e chegou a ligar para ele 98 vezes no mesmo dia.

O mandado de prisão foi expedido pela 4ª Vara Criminal de Brasília. O documento a acusa dos crimes de injúria, ameaça, perseguição, furto e dano qualificado.

A Justiça autorizou ainda a apreensão de equipamentos eletrônicos, celulares, da arma e dos objetos no guarda-volumes do hotel onde ela mora. A policial também teve o sigilo telefônico quebrado.

Perseguição

O caso aconteceu em 2018. Conforme conta a vítima nos autos do processo que corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), eles se conheceram em um aplicativo de relacionamentos e, depois de tentar terminar o namoro, a mulher passou a se comportar de maneira agressiva.

Em uma das oportunidades, a policial teria mantido o homem por cerca de 8 horas em cárcere privado, sem autorizá-lo a usar telefone celular, além de fazer diversas ameaças. Para conseguir falar com a vítima, a agente teria utilizado da sua posição para convencer o porteiro a ter autorização para ir até a porta do apartamento.

A situação só teria sido contornada, de acordo com o processo, depois de a vítima concordar em sair com a agente para almoçar no dia seguinte.

Na mesma semana, após nova tentativa de término, a mulher passou a ligar para o ex-companheiro de maneira insistente. Foram pelo menos 30 chamadas do número de celular da policial e mais de 60 feitas por números privados.

A policial ainda ligou para o local de trabalho do homem e por duas vezes conseguiu falar com o chefe dele ao dizer que era agente da PCDF. Na primeira vez, o superior da vítima chegou a dar informações, mas após ser alertado sobre do que se tratava, passou a ignorar os contatos.

Áudios de conversas foram juntados ao processo. Em um deles é possível notar que a acusada tinha ciência do registro de ocorrência policial e faz ameaças: “As coisas vão ficar muito ruins para você, se você não retirar essa merda”. Em outra oportunidade, ela diz que “irá pagar na mesma moeda”.

Cobrando um dinheiro devido, ela faz nova ameaça: “Você vai me dar o dinheiro e você vai retirar, você vai na delegacia hoje para falar que isso é mentira, senão você está ferrado, você, a sua família, o seu trabalho. Se prepara, você não sabe com quem você está mexendo”.

Ao se defender, a acusada disse que foi à casa da vítima apenas para buscar um computador e que apresentou identidade funcional ao porteiro do prédio apenas porque era o único que portava no momento. Já sobre as dezenas de ligações, ela disse que tinham como finalidade fazer com que fosse pago o valor de um almoço e jantar.

 

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