Policial é preso suspeito de cobrar dinheiro para não cumprir mandados

Um policial civil lotado na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) foi preso nesta quarta-feira (29/11), em operação deflagrada pela Corregedoria-Geral da PCDF e acompanhada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

A operação, batizada de Joio, também teve como alvo um policial militar reformado, que já estava preso.

O policial civil Marcelo da Costa Souza e o militar reformado Jorge Alves dos Santos são suspeitos de extorquir criminosos alvos de mandados de prisão. Eles tiveram a prisão temporária autorizada pela Justiça. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos e na DRFV.

De acordo com as investigações, os policiais — a partir de informações privilegiadas sobre alvos de mandados de prisão — exigiam dinheiro para que as ordens judiciais não fossem cumpridas. O caso está sendo investigado há seis meses. Entre as pessoas que foram ameaçadas pelo grupo estavam um estelionatário e um homem acusado de revender carros roubados.

PM preso
Jorge Alves dos Santos foi preso em setembro com outros dois PMs reformados. Eles foram acusados de se passarem por agentes da Polícia Civil para extorquir traficantes em Samambaia. A investigação começou em novembro do ano passado e foi coordenada pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia).

Na época da operação, o delegado Eduardo Galvão disse que o grupo arrecadou mais de R$ 13 mil dos traficantes, além de apreender drogas e revendê-las.

“Eles tinham informantes infiltrados no tráfico que repassavam dados como as negociações e onde estavam estocados os entorpecentes. E usavam isso para tomar tudo deles”, explicou o delegado.

A PMDF informou que todas as medidas estão sendo tomadas para apurar o envolvimento do policial reformado no esquema. De acordo com a corporação, já foram aberto cinco procedimentos disciplinares contra Jorge Alves dos Santos.

A PCDF também afirmou ter aberto processo disciplinar contra o agente. Segundo a corporação, as ações de Marcelo da Costa Souza foram isoladas e não comprometeram qualquer investigação em curso da DRFV.