Policial civil baleado em ação no 26 de Setembro: “Deus me livrou dessa”
Membro da Polícia Civil do Distrito Federal foi liberado do hospital após receber um tiro na semana passada. Ele passou por duas cirurgias
atualizado
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O agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Mário Correia, 42 anos, recebeu alta nesta quinta-feira (3/9), após se recuperar de ferimento provocado por projétil de arma de fogo. O episódio aconteceu durante desocupação do assentamento 26 de Setembro. Ele teve que ser submetido a duas cirurgias para ser salvo.
No momento da alta, familiares, amigos e colegas de profissão compareceram ao hospital para saudar Mário. Claramente emocionado e ainda na cadeira de rodas, o agente juntou forças para agradecer a presença de todos.
“Obrigado pelas orações. Deus me livrou dessa”, afirmou. Mas, antes de se despedir, ele deixou uma promessa: “Daqui a pouco estou voltando pro trabalho”.
Após as homenagens e atendendo às recomendações de distanciamento social devido à pandemia do novo coronavírus, o grupo seguiu em comboio rumo à Águas Claras. Dentre viaturas de diversas delegacias e carros de civis, somaram-se aproximadamente 10 veículos em carreata.
Veja vídeo do início da carreata:
Assentamento
Mário foi baleado no Assentamento 26 de Setembro, na região de Taguatinga, minutos após agentes da Secretaria DF Legal finalizarem uma operação de derrubada no local, na tarde do dia 26 de agosto. Dois policiais militares também acabaram feridos, um a pedradas e outro com objeto perfurocortante.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), um homem efetuou cinco disparos de arma de fogo em direção à cavalaria do Batalhão de Choque, que acompanhava a operação. Além de Mário, outro policial civil estava no local, mas não foi atingido.
Alvo de construções desde 1996, o Assentamento 26 de Setembro já ultrapassou a marca de 4 mil casas construídas. Estabelecido em um local próximo a Vicente Pires e Taguatinga, o terreno com mais de 1,3 milhão de metros quadrados tem sido alvo de promessas de regularização ao mesmo tempo em que sofre com derrubadas.
De acordo com Miguel Rodrigues, presidente da Associação de Moradores Núcleo e Cidadania do assentamento, cerca de 30 mil pessoas moram no local. A mais recente derrubada teve início há duas semanas, coordenada pela Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), para remover construções em andamento.