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Homem preso com R$ 1,2 milhão na BR-040 é bicheiro no DF

João Carlos Santos estava no carro com um policial civil aposentado. Eles foram parados em uma blitz da PRF e flagrados com a fortuna

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Divulgação/PRF-MG
mala PRF-MG BR-040 dinheiro
1 de 1 mala PRF-MG BR-040 dinheiro - Foto: Divulgação/PRF-MG

A Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG) encontrou R$ 1,2 milhão em posse de dois homens a bordo de uma Toyota Hilux, no Km 471 da BR-040, em Sete Lagoas (MG), nessa quinta-feira (3/5). Um dos ocupantes do veículo é o policial civil aposentado do Distrito Federal Wallace Luis Oliveira, 57 anos. O outro é o contraventor João Carlos dos Santos, 50. Ambos foram presos e encaminhados para a Polícia Federal em Belo Horizonte.

A PRF afirmou que a dupla partiu de Brasília com destino à capital mineira. João Carlos já foi alvo de investigações da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em dezembro de 2013.

Reprodução
João Carlos chegou a ser preso em 2013

Ele foi preso e acusado de comandar o jogo do bicho em diversas regiões, como Asa Norte, Ceilândia, Paranoá, Sobradinho e Planaltina. Durante a operação, a polícia apreendeu R$ 1,3 milhão no escritório de Santos.

De acordo com o conteúdo da investigação, outra parte do Distrito Federal era liderada pelo contraventor Hélio César Alfinito, que também foi preso no decorrer da operação, intitulada de Armadilha. Eles foram acusados de fazer parte de uma organização criminosa que atuava há pelo menos 10 anos na capital da República.

Não havia rivalidade entre os dois maiores bicheiros do DF, segundo os investigadores. A organização criminosa chegava a lucrar cerca de R$ 3 milhões por mês com a jogatina, espalhada por diversas regiões administrativas. A quantia milionária foi encontrada com os suspeitos durante a Operação Armadilha. Foi a maior apreensão em dinheiro vivo da história da Polícia Civil do Distrito Federal.

A lavagem de dinheiro feita pelos participantes da organização criminosa ocorria, segundo a PCDF, por meio de empresas de fachada e aquisição de bens imóveis e móveis por laranjas. Os investigadores identificaram duas fábricas de bobinas instaladas em Goiás que serviriam para “limpar” os valores arrecadados irregularmente com o jogo do bicho na capital do país.

João Carlos, de acordo com a polícia, é sobrinho de Castor de Andrade. Um dos mais antigos banqueiros do jogo do bicho no Rio de Janeiro, Castor foi acusado de assassinatos, contrabando, formação de quadrilha e até tráfico de drogas. Ele cumpria prisão domiciliar, mas estava na casa de uma amiga no Leblon, jogando biriba, quando sofreu um ataque cardíaco e morreu a caminho do hospital, em 1997.

Reprodução
Trecho do inquérito conduzido pela PCDF em 2013

Nessa quinta (3/5), João Carlos e o policial aposentado foram flagrados com a fortuna no carro ao serem parados em uma blitz de rotina, por volta das 22h30. Durante a abordagem, policiais desconfiaram do nervosismo dos homens. Ao averiguarem o veículo, encontraram o dinheiro, escondido em sacos plásticos e envelopes, separado em cédulas de R$ 50 e R$ 100, dentro de uma mala.

O policial aposentado dirigia a Hilux, da qual é dono. Ele teria sido pago para acompanhar João Carlos até Belo Horizonte. Já o bicheiro alegou ter recebido a quantia milionária em um posto de combustível e que a entregaria em um hotel do bairro Padre Eustáquio, na capital mineira.

Não teria sido revelada a origem ou a procedência da fortuna. Por causa disso, ambos foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte. Segundo a corporação, os investigadores vão averiguar se houve crimes antecedentes contra o sistema financeiro nacional previstos na lei de lavagem de dinheiro ou outros delitos.

Além da cifra, dentro do veículo a Polícia Rodoviária Federal encontrou uma pistola modelo Taurus .40 municiada e com carregadores, registrada em nome do policial civil aposentado, além de caderneta com diversos contatos, endereços, telefones e CPFs.

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