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Polícia recebe mais denúncias de assédio contra professor do DF

Subiu de cinco para oito o número de adolescentes que acusam o docente do CEF 3, do Paranoá. Secretaria de Educação investiga o caso

atualizado

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1 de 1 Adolescentes-abuso - Foto: Rafaela Feliccinao/Metrópoles

Três novas denúncias de assédio contra um professor de geografia do Centro de Ensino Fundamental 3 (CEF 3) do Paranoá chegaram à 6ª Delegacia de Polícia. As três adolescentes devem ser ouvidas entre esta sexta-feira (22/11/2019) e o início da semana que vem. A Secretaria de Educação informou que investiga o caso.

Com as denúncias que chegaram nessa quinta-feira (21/11/2019), sobe para oito o número de acusações contra o docente, reveladas pelo Metrópoles. Em 8 de novembro, as vítimas resolveram procurar a direção da escola para relatar o suposto assédio. Na ocasião, elas registraram ocorrência policial.

As cinco adolescentes têm 17 anos e contaram à polícia que os assédios ocorriam nos horários de aula e à noite, por meio das redes sociais. Uma delas afirmou, em depoimento na delegacia, ter criado coragem de revelar o caso depois de conversar com um grupo de amigas – todas colegas de classe – e descobrir que elas também eram vítimas das investidas do professor, que é do quadro efetivo.

Algumas das estudantes tiraram prints das telas dos celulares em que estão registradas conversas entre as alunas e o educador.

Nas caixas de mensagens privadas haveria recados do professor pedindo fotografias delas em posições sensuais. Outra jovem contou à polícia que o docente investia fisicamente contra ela, alisando suas pernas e nuca, sempre dizendo: “Se você tivesse 18 anos, eu te pegaria”.

Ainda segundo o relato da adolescente, o professor costumava olhar para ela dentro de sala de aula e usar as mãos para fazer um símbolo que representa o órgão sexual feminino, em tom de insinuação. Outra aluna revelou que já havia sido convidada por ele para ir a um motel.

Processo administrativo

A Secretaria de Educação informou que a Corregedoria do órgão abriu um processo administrativo disciplinar para apurar a denúncia das estudantes. Se comprovadas, ele será afastado imediatamente até que o processo seja concluído e as penalidades, que podem ir até a demissão, determinadas.

“O professor tem direito a ampla defesa. A secretaria só pode afastá-lo caso sua conduta inadequada seja comprovada. Averiguação preliminar da Corregedoria não encontrou provas contra ele. A direção da escola também não comprovou as denúncias”, afirmou a secretaria, em resposta.

Polícia investiga

Assustadas com a situação, as alunas resolveram procurar a direção da escola. De acordo com elas, a instituição marcou uma reunião (ocorrida na noite de 12 de novembro) em uma das salas do colégio. No entanto o professor descobriu a mobilização das estudantes e entrou no local onde as cinco meninas conversavam sobre o caso com uma supervisora da unidade.

Nas declarações prestadas na delegacia, as jovens contaram que o docente entrou na reunião “a fim de constrangê-las”. As adolescentes também afirmaram que, após procurarem a direção da escola, os responsáveis teriam afirmado que não poderiam afastar o professor de geografia no final do ano letivo, pois isso prejudicaria vários alunos.

Segundo a delegada-chefe da 6ª DP, Jane Klébia, algumas alunas ainda serão chamadas para prestar novos depoimentos e entregar imagens das conversas travadas com o docente pelas redes sociais. O professor e os funcionários da escola também serão intimados a prestar esclarecimentos.

“É um caso delicado que envolve vítimas menores de idade. Vamos apurar todas as circunstâncias e, se ao final do inquérito houver materialidade que confirme o assédio, o autor poderá ser indiciado. As investigações ainda estão em fase inicial”, explicou a delegada. Devido aos trabalhos ainda estarem no começo, o nome do acusado será preservado.

Outro caso

É o segundo caso envolvendo professor que vai parar na polícia. No começo da semana, pais e a própria direção do Centro de Ensino Fundamental 104 Norte denunciaram na 2ª DP (Asa Norte) um docente que estava trabalhando de forma temporária na instituição de ensino. Durante aula de português, ele usou palavras como “boquete” e “69” para que os alunos fizessem uma redação sobre sexo anal e oral.

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Depois do caso revelado pelo Metrópoles, o professor foi demitido.

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