metropoles.com

Polícia prendeu em 5 meses mais grileiros no DF do que em 2015 inteiro

De janeiro até agora, foram presas 82 pessoas em flagrante por conta da grilagem de terras, número 46,43% maior que em todo o ano passado, quando foram 56 registros

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Renato Araújo/Agência Brasília
grileiros
1 de 1 grileiros - Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

O combate à ação de grileiros não tem conseguido acabar com o parcelamento irregular do solo no Distrito Federal. Os criminosos continuam atuando na intenção de ganhar dinheiro ao invadir e comercializar áreas públicas e de proteção ambiental. Para se ter uma ideia, de janeiro até agora, a Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) prendeu 82 pessoas em flagrante por conta da grilagem de terras, número 46,43% maior que em todo o ano passado, quando foram 56 registros.

O crime de grilagem está previsto na Lei 6.766, de 1979. Ele é caracterizado pela demarcação de lotes, abertura de ruas sem autorização do órgão público competente ou em desacordo com a legislação. Trata-se de um crime qualificado quando envolve a intenção de venda. As penas podem variar de um a cinco anos.

O problema, segundo o titular da Dema, delegado Ivan Francisco Dantas, é que a grilagem de terras, além de toda a insegurança fundiária que cria, está associada à prática de outros crimes. “É comum em locais onde há parcelamento irregular do solo a incidência de outros crimes, como tráfico de drogas, tentativa de homicídio, roubo”, destaca.

Na última grande prisão realizada pela corporação, 22 pessoas acabaram presas em flagrante depois de estar envolvidas com grilagem de uma área pública no Recanto das Emas. Oito tiveram a prisão preventiva decretada por ter passagem pela polícia por delitos graves, e os outros pagaram fiança para responder ao processo em liberdade.

Comitê
Na tentativa de colocar um ponto final no problema, o Governo do DF criou no ano passado o Comitê de Governança do Território do Distrito Federal, por meio do Decreto 36.694. O grupo reúne órgãos com alguma ligação com o tema e tem como uma das missões facilitar a participação de um membro considerado fundamental para o combate: a população.

De acordo com Dantas, a criação do comitê e a definição de critérios para que o grupo lide com os casos de grilagem têm sido determinantes para a delegacia ser mais abastecida com informações vindas de outras áreas do governo.

Os critérios aos quais o delegado se refere foram formalizados em resolução publicada em 5 de maio no Diário Oficial do Distrito Federal e formam uma das cinco medidas definidas pelo comitê como base para o combate ao uso irregular do solo. Assim, está sendo possível classificar as invasões baseando-se em aspectos urbanísticos, ambientais, fundiários e sociais, levando-se em conta se a área é rural ou urbana, se é de preservação ambiental, se é terra pública ou particular e se é vulnerável socialmente, com grande incidência de crimes.

Trabalho conjunto
Aprovada e discutida por todos os membros do comitê, a resolução ainda envolve a garantia de acesso à informação, com a divulgação de um mapa de todo o território do DF que mostra áreas de prioridade no combate à grilagem. Os locais foram definidos em conjunto pelo grupo, levando em conta lugares onde existem indícios de uso irregular do solo.

O mapeamento, atualizado sempre que há necessidade, detalha áreas destinadas para unidades habitacionais, parques, infraestrutura urbana e núcleos rurais de produção agropecuária, por exemplo. Ou seja, espaços que precisam ser protegidos.

O mapa está no site da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). Todas as áreas pintadas de vermelho mostram o que não pode ser ocupado sem alvará de construção e que geralmente são invadidos pelos grileiros. As partes em amarelo marcam a delimitação da poligonal de regularização.

Com a divulgação, segundo a diretora-presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, espera-se que a comunidade se engaje e denuncie cada vez mais as ocupações irregulares: “A população precisa entender que a grilagem de terra prejudica todo mundo, traz consequências para o trânsito, para a mobilidade, para a infraestrutura.”

Dênio Simôes/Agência Brasília

 

Aplicativo
Outra medida instituída pelo grupo e publicada na resolução foi a ampliação dos canais de denúncia para o cidadão. O texto cita a criação de um aplicativo que permitirá ao público denunciar em tempo real irregularidades sobre ocupação do solo. O formulário é simples e possibilita o envio de fotos. Está em fase de teste em órgãos do governo. “Hoje, grande parte das denúncias que chegam aqui já são por meio do aplicativo”, conta Bruna. A previsão é que a novidade, que ainda passa por adaptações, esteja liberada para a população a partir do mês que vem.

As equipes de fiscalização da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural já têm acesso à ferramenta e a tem utilizado com frequência, segundo o gerente de Fiscalização e Operações Especiais da pasta, Anderson Assis de Melo. Os parcelamentos irregulares do solo em áreas rurais, por exemplo, são classificados com alto nível de prioridade.

Monitoramento
Outra medida é o monitoramento sistemático das ocupações territoriais por meio de ferramentas tecnológicas. Em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), a Agefis terá acesso a imagens de satélite atualizadas a cada 15 dias. O contrato para a aquisição das imagens foi fechado em 5 de fevereiro e em breve devem começar a ser utilizadas pela Agência de Fiscalização.

A ideia é que sejam reduzidas as operações de grande porte e seus impactos sociais, investindo em ações menores e pulverizadas, mas constantes. Para isso, a medida determina que sejam empregadas diariamente quatro equipes da chamada Força-Tarefa de Pronta Resposta. O item está em fase de teste e ocorre com uma equipe em rua diariamente.

Operação em Taguatinga
Nesta segunda-feira (23/5), uma operação foi deflagrada para restirar invasores de uma área ambiental. Vinte e seis casas de alvenaria são alvo de desocupação na QSC 19, em Taguatinga. As edificações estão próximas às chácaras 27 e 28.

De acordo com a Agência de Fiscalização (Agefis), a área tem cerca de 50 mil metros quadrados e está próxima a uma nascente, na Área de Relevante Interesse Ecológico JK. (Com informações da Agência Brasília)

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?