Polícia prende quadrilha especializada em roubo de caminhões no DF
Um dos integrantes do grupo é ex-policial militar acusado de participar do assassinato do desembargador Irajá Pimentel, em março de 2002
atualizado
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A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos do DF (DRFV) deflagrou na manhã desta quinta-feira (14/4) uma operação para desbaratar uma quadrilha especializada no furto de caminhões, guinchos e tratores, adulteração de sinais identificadores e falsificação de documentos. Dez mandados de prisão foram expedidos e sete cumpridos. Outros três suspeitos estão foragidos.
Segundo o delegado da DRFV, Marco Aurélio Vergilio, o grupo agia há mais de um ano e costumava furtar veículos estacionados em postos de gasolina nas cidades de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Luizânia (GO), Valparaíso (GO) e Santo Antônio do Descoberto (GO). As ações ocorriam na madrugada. Após os furtos, os bandidos falsificavam os documentos dos veículos e os revendiam a receptores em outros estados, com foco no Maranhão e Pará.
Confira o vídeo da operação:
O nome da operação, Grajaú, faz referência a uma das cidades, de mesmo nome e localizada no Maranhão, que mais concentrou a negociação de veículos roubados. Os caminhões eram vendidos a preços entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, mesmo que o valor de marcado variasse entre R$ 80 mil e R$ 200 mil. Dez dele foram recuperados e devolvidos aos proprietários.
De acordo com as investigações, um dos principais mentores do grupo é o ex-policial militar Hélio Carneiro dos Santos, envolvido no assassinato do desembargador Irajá Pimentel. O juiz foi morto a tiros no dia 15 de março de 2002, quando caminhava com a mulher na 216 Sul. A esposa também foi atingida pelos disparos, mas sobreviveu. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o principal motivo do crime foi a disputa por terras da fazenda Samambaia, localizada em Brazlândia. O ex-militar cumpria prisão domiciliar e tinha passagens pela polícia.
O outro líder da quadrilha é José Carlos Pereira Gomes, de 28 anos, responsável principalmente pela falsificação dos documentos dos caminhões. Ele também já tinha registros criminais. Além dos mandados de prisão, também foram cumpridos 16 de busca e apreensão em Águas Claras, Ceilândia, Brazlândia e nas cidades goianas de Anápolis, Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto, Padre Bernardo e Luziânia. Quatro armas foram apreendidas.
As investigações duraram cerca de 12 meses. Os envolvidos vão responder por organização criminosa, furto qualificado, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo, uso de documento falso e falsificação de documento público.