Polícia prende 12º integrante de quadrilha que traficava armas no DF
O suspeito é acusado de integrar grupo criminoso especializado em venda, aluguel e tráfico interestadual na capital federal
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta terça-feira (09/07/2019), o 12º integrante do grupo criminoso especializado em venda, aluguel e tráfico interestadual de armas e munições. Identificado pela corporação como J.X.R, o suspeito, de 24 anos, estava foragido, mas foi localizado na Colônia Agrícola Samambaia, quando se preparava para deixar o DF. Segundo os investigadores, o homem estava com uma passagem que seria utilizada na fuga.
A organização criminosa foi desmantelada nessa segunda-feira (08/07/2019). A PCDF acredita que, além de traficar, o bando transformava os armamentos para torná-los mais letais. Os artigos fabricados chegavam a ser comercializados por até R$ 6,5 mil. As alterações incluíam a colocação de lunetas e rajadas em pistolas. Escopetas também tinham a estrutura modificada para facilitar o manuseio, tendo os canos serrados.
Entre os 12 detidos na operação, está um cabo da reserva da Polícia Militar do DF. Luiz Rodrigues dos Santos foi surpreendido nessa segunda (08/07/2019) pelos agentes na casa onde mora, em Santa Maria. “Ele tem parentesco com um dos investigados considerado o líder do grupo”, explicou o delegado Diego Castro, da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF). A Justiça decretou prisão preventiva do suspeito.
Ronilson Carvalho da Mota, conhecido como Senhor das Armas, apontado como chefe da organização, foi preso na mesma região administrativa. Ele era segurança armado de uma empresa de transporte de valores. Na residência dele, os policiais apreenderam celulares e documentos. Casado e com cinco filhos, Ronilson guardava na garagem dois carros importados e um jet ski.
“São pessoas de alta periculosidade. Adulteravam as armas para aumentar o poder de destruição. Chegavam, inclusive, a fabricar armamentos. Essa prática torna o crime ainda mais grave, hediondo”, explicou o delegado Fernando Cocito, diretor da DRF.
Investigações
Durante as interceptações telefônicas, os policiais flagraram diversas negociações criminosas. “Há uma média de quatro a cinco armas vendidas por mês. Uma delas foi comercializada por R$ 6,5 mil. Detectamos que o cliente exigiu que tivesse seletor de rajada, o que tornou o produto mais caro”, completou o delegado Diego Castro.
A quadrilha é acusada de alimentar o mercado paralelo de armas usadas na prática de crimes como homicídios, latrocínios e tráfico de drogas. Foram expedidos, ao todo, 15 mandados de prisão preventiva, além de 16 de busca e apreensão nas regiões administrativas de Taguatinga, Santa Maria, além de Novo Gama e Cidade Ocidental, municípios goianos localizados no Entorno do Distrito Federal. Um dos foragidos foi a Caldas Novas, cidade turística de Goiás que fica a 400 km do DF.
As investigações que deram origem à Operação Yuri Orlov – russo considerado um dos maiores traficantes internacionais de armas do mundo – monitoraram os suspeitos durante as transações envolvendo revólveres, pistolas e outros armamentos de grosso calibre, a exemplo de fuzis e escopetas.
De acordo com Fernando Cocito, os criminosos também locavam as armas para outras quadrilhas. “O aluguel giraria entre R$ 250 e R$ 500″, detalhou. A DRF investiga a participação de um armeiro contratado pelo bando. Os suspeitos chegaram a transformar peças usadas em armas de uso restrito. Os trabalhos eram feitos em um galpão alugado para esse fim.”
“Durante as investigações, verificamos que uma dessas adulterações deu problema e a arma teve de voltar ao conserto. Essa prática, além de ilegal, coloca em risco quem usa, pois todos os procedimentos são feitos de forma manual”, ressaltou o delegado Castro.