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Polícia investiga se empresa do DF participou de atos de vandalismo

Nas imagens, é possível ver adolescente pegando material que estava na caçamba da caminhonete do Disk Água. Dono diz que é “vítima”

atualizado

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A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o envolvimento de uma empresa de bebidas em um dos episódios de vandalismo registrados durante a manifestação contra a PEC do Teto dos Gastos nesta terça-feira (13/12), na Esplanada dos Ministérios. O carro foi flagrado pelo Metrópoles próximo ao ônibus da empresa TCB, ao lado da Rodoviária do Entorno, na área central da capital.

Nas imagens, é possível ver o adolescente de 17 anos, suspeito de incendiar o coletivo, pegando material que estava na caçamba da caminhonete do Disk Água. Minutos depois, o menor coloca fogo no ônibus. A Polícia Militar chegou a revistar o veículo. O motorista e funcionário do Disk Água também foi levado à 5ª Delegacia de Polícia (área central) para prestar esclarecimentos. Assinou um termo de comparecimento e foi liberado em seguida.

À reportagem, Willian Batista, responsável pela empresa, garantiu que foi mais uma vítima dos manifestantes. Disse que foi contratado pelo Sindicato de Professores de São João Del Rei (MG) para fornecer água e marmitas aos que participavam do protesto — eram pelo menos 2 mil pessoas na Esplanada.

“No momento do incêndio, nossos funcionários estavam voltando com caixas contendo os produtos que faltaram. Também recolhemos as bandeiras dos sindicatos para guardar aqui na loja. Os manifestantes roubaram a água e até ameaçaram colocar fogo no carro”, explicou.

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Batista afirma que os funcionários estavam no lugar errado e na hora errada. “Esse trajeto faz parte do nosso caminho em direção à empresa. Demos o azar de passar no local naquele momento”, contou. Os funcionários devem prestar depoimento novamente na delegacia.

Ao anunciar que vai abrir inquérito para investigar a ação de cada um dos 88 detidos durante o protesto, o diretor da Polícia Civil, Eric Seba, disse que não descarta a possibilidade de enquadrar os suspeitos no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional, que prevê punição para quem devasta, saqueia, explode e incendeia por inconformismo político.

O inquérito que apura as ações de agressões e vandalismo tem prazo inicial de 30 dias para ser concluído. De acordo com Seba, mesmo que tenham sido liberados, os autores podem responder na Justiça. A pena pode chegar a 10 anos de prisão. Setores de inteligência da polícia irão analisar imagens de câmeras de segurança, perfis em redes sociais e até mesmo pedir a quebra do sigilo bancário e telefônico dos suspeitos.

O Metrópoles entrou em contato com o Sindicato dos Professores de São João Del Rei, Minas Gerais. A entidade nega a participação de seus associados no episódio do ônibus incendiado. “As pessoas que aparecem na foto não têm qualquer ligação com o nosso sindicato. Inclusive, as bandeiras que utilizamos no protesto eram verdes, não vermelhas”, disse uma diretora da entidade, que preferiu não ser identificada. (Colaborou Bruno Medeiros)

Saldo do protesto

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou nesta quarta-feira (14/12) um balanço atualizado com as ocorrências da manifestação. No total, 84 pessoas foram detidas, sendo 79 maiores de idade e cinco menores. Dentro elas, 33 residem em Minas Gerais, 18 no Distrito Federal, 7 em Goiás, 7 no Paraná, 3 no Rio de Janeiro, 2 em Santa Catarina, 2 na Bahia e 1 na Paraíba. Por falta de documentação, 11 pessoas não tiveram sua origem identificada. Os crimes praticados foram lesão corporal, porte de substâncias entorpecentes, dano ao bem público, furto, incêndio a veículo automotor, desacato e desobediência.

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