Polícia goiana indicia sequestradora de bebê no Conic por dois crimes
Cevilha dos Santos, 44 anos, responderá por sequestro e falsificação de documento. Se condenada, pode pegar até 12 anos de cadeia
atualizado
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O delegado Cristiomário Medeiros, de Planaltina de Goiás, encerrou, nesta sexta-feira (7/7), o inquérito que investigava o sequestro da pequena Valentina, levada do Conic no dia 29 de junho. Segundo o documento, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, Cevilha dos Santos, 44 anos, a mulher que raptou o bebê de apenas três meses, foi indiciada por dois crimes.
A acusada está presa e responderá por subtração de criança ao poder de quem o tem sob sua guarda (artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente) e por fazer uso de documento falsificado (artigo 304 do Código Penal Brasileiro). Se condenada, ela pode pegar até 12 anos de reclusão, e multa.
De acordo com o inquérito, a falsificação da certidão de nascimento do bebê, que estava em posse da acusada quando ela foi presa pela polícia, foi confirmada por um cartório. Para o delegado, com essa informação e os depoimentos das testemunhas, foi possível comprovar que Cevilha dos Santos premeditou “a subtração de uma criança”, já que ela havia simulado, desde o fim de 2016, uma gravidez. “Entendo haver indícios suficientes de autoria. A sua intenção aparente seria permanecer com Valentina como sendo própria filha. Cevilha mantinha com seu companheiro uma relação tumultuada e, visando manter a relação, que já poderia ter acabado, criou a história da gravidez e realizou a subtração de Valentina para ‘corroborar’ sua intenção”, afirma o delegado, no inquérito.
Por fim, Cristiomário Medeiros diz que a intenção da mulher era sair do Distrito Federal com a criança, já que teria combinado uma viagem de fuga para São Paulo. A polícia goiana pediu ainda uma avaliação psiquiátrica de Cevilha. O exame já foi realizado, mas o resultado ainda não ficou pronto.
Cerca de 10 testemunhas foram ouvidas durante as investigações. Entre elas, um dos quatro filhos da acusada pelo crime. Também prestaram depoimento o companheiro dela, uma comerciante — que teria sido procurada por Cevilha para que ela tivesse acesso a mães com filhos recém-nascidos –, e um homem, que confessou ter falsificado a certidão de nascimento da criança com o nome de “Isabele”.
Crime
O sequestro ocorreu na manhã do dia 29 de junho, em uma clínica do Conic, no Plano Piloto. Três dias antes do crime, a acusada abordou a faxineira Arlete Bastos da Silva, 29, mãe da criança, com uma oferta de emprego no valor de R$ 1 mil. As duas foram então até o centro da capital para fazer um exame admissional, necessário para a suposta vaga. Enquanto Arlete fazia o teste, Cevilha dos Santos desapareceu com o bebê.
A suspeita só foi encontrada cerca de sete horas depois, em Planaltina de Goiás, enquanto estava em um táxi com destino a Planaltina (DF). Ao ser abordada pelos policiais, a mulher chegou a tentar fugir e ameaçou matar a pequena Valentina. A criança, no entanto, foi devolvida aos pais, que moram na Vila Rabelo 2, em Sobradinho, sem ferimentos.
Cevilha continua presa na Cadeia Pública de Planaltina de Goiás (GO). No dia 4 de julho, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) acatou o pedido da Polícia Civil do estado e converteu em preventiva a prisão temporária da sequestradora do Conic.