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Polícia Federal prende doleiro Fayed Traboulsi em Brasília

O pedido de prisão foi feito pelo MP no âmbito da Operação Miquéias. Policial civil aposentado Marcelo Toledo também foi detido

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Federal prendeu preventivamente em Brasília, no começo da tarde desta quinta-feira (17/11), o doleiro Fayed Traboulsi. A prisão foi feita a pedido do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Miquéias. O policial civil aposentado Marcelo Toledo também foi detido. Os passaportes de ambos foram apreendidos.

Fayed é acusado de participar de uma organização criminosa que fraudava fundos de previdência de servidores de prefeituras de nove estados e do Distrito Federal. Desde 2013, o esquema teria desviado ao menos R$ 50 milhões dos benefícios.

Em junho deste ano, o MPF já havia encaminhado à Justiça o pedido de prisão de Fayed e outras quatro pessoas. O temor era de que o doleiro fugisse da cidade. O embasamento do procurador da República Wellington Divino Marques, à época, era de que Fayed continuava cometendo delitos. Além disso, uma testemunha ouvida pelo MPF confirmou que o doleiro pretendia fugir do país.

Também foi expedido mandado de prisão contra Carlos Eduardo Rocha Marzola. De acordo com a PF, eles estariam atrapalhando a fase de instrução processual da ação. Porém, não foi divulgado ainda como essa obstrução estaria sendo feita.

No despacho que autoriza as prisões, o juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, destaca a “personalidade voltada para a prática delitiva” de Fayed. E cita as mais de 15 incidências penais contra o doleiro, entre crimes de corrupção, contra o sistema financeiro, tributários, contrabando, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Denúncia
Marcelo Toledo não estava entre os quatro nomes com pedido de prisão pelo MPF. O nome do policial civil aposentado aparece, em julho deste ano, junto com 43 pessoas investigadas pela Operação Miquéias. Elas foram denunciadas pelo MPF à Justiça, em duas ações distintas, por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre elas, o doleiro e Marcelo Toledo, citado como um dos responsáveis pelo vazamento das informações das investigações aos envolvidos.

A Operação Miquéias foi deflagrada em setembro de 2013, com a prisão de 27 pessoas e o cumprimento de dezenas de mandados de buscas e apreensão. O objetivo era desmantelar um esquema criminoso que desviava recursos de institutos previdenciários municipais por meio da cooptação de gestores municipais e da lavagem de dinheiro.

Segundo as investigações, os acusados simulavam consultoria financeira a agentes públicos e usavam empresas fantasmas para lavar o dinheiro desviado. O primeiro contato com os gestores era geralmente feito por mulheres bonitas.

Em dezembro do ano passado, o Metrópoles mostrou em uma reportagem especial que o doleiro havia expandido as suas atividades, com a abertura de casas de pôquer em Brasília.

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Fayed foi fotografado pelo Metrópoles em 2015, em uma casa de pôquer no Lago Sul

 

Lava Jato
Embora não seja citado formalmente na Lava Jato, Fayed aparece em escutas que embasaram a prisão de Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, que batizou a operação da PF e do Ministério Público.

Os dois são muito amigos, e há a suspeita de que tenham agido em sociedade. Os procuradores da Lava Jato têm uma agenda que indicaria transações financeiras entre os dois doleiros.

Em uma das agendas apreendidas com Fayed pela Polícia Federal está um indicativo de pagamento de R$ 300 mil a “C. Habib”. Um posto de combustíveis no Recanto das Emas, que pertencia às empresas de Chater, foi transferido para o nome da ex-mulher de Fayed, Márcia Regina Traboulsi.

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