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Polícia Federal investiga ameaça terrorista à posse de Jair Bolsonaro

Polícia Civil iniciou apuração sobre suposto grupo extremista que disse ser autor de atentado contra igreja de Brazlândia e PF foi acionada

atualizado

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Diplomação do presidente da República eleito Jair Bolsonaro – Brasília(DF), 10/12/2018
1 de 1 Diplomação do presidente da República eleito Jair Bolsonaro – Brasília(DF), 10/12/2018 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) investiga um grupo que se autodenomina terrorista e ameaçou promover um atentado na posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), em 1º de janeiro. As apurações começaram com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que busca os responsáveis por colocar uma bomba ao lado da igreja Santuário Menino Jesus, no centro de Brazlândia, na madrugada de terça-feira (25/12), dia de Natal. O artefato foi desarmado pela Polícia Militar.

O caso ocorre quase quatro meses após Bolsonaro, ainda candidato, ser esfaqueado durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG). Até hoje, o futuro mandatário do país faz uso de uma bolsa de colostomia para a retirada de fezes devido à gravidade do ferimento na região abdominal.

A suposta organização, chamada de Maldição Ancestral, mantém um site no qual diz estar “em tocaia terrorística contra o progresso humano”. Na página da internet, são disseminadas diversas mensagens de ódio e são pregados “o caos e o terror no seio da civilização”.

O que chamou a atenção da Polícia Civil foi o fato de o grupo ter assumido a autoria do atentado, inclusive postando fotos do artefato explosivo antes de ser levado à igreja.

Em trechos de um texto publicado na internet, a suposta organização criminosa diz o seguinte: “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça”.

O Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho igualmente o querem [Bolsonaro] morto e podem também recorrer a métodos terroristas para isso. Se não for ele, servirá qualquer um de sua equipe, filiados, ou mesmo apoiantes e simpatizantes. Dia 1° de janeiro de 2019 haverá, aqui em Brasília, a posse presidencial. Estamos em Brasília e temos armas e mais explosivos estocados

Trecho de texto do suposto grupo terrorista

A 18ª DP (Brazlândia) abriu inquérito e, como no site foram identificadas uma série de ameaças a Bolsonaro, a Polícia Federal precisou ser acionada. Na tarde de quarta-feira (26), equipes da PF estiveram na delegacia da cidade para colher mais informações sobre o caso.

O delegado-chefe da 18ª DP, Adval de Matos, afirmou ao Metrópoles que o inquérito foi aberto para investigar os crimes sob jurisdição da PCDF – o caso da bomba e ameaças contra padres da cidade que se manifestaram favoravelmente a Jair Bolsonaro no período eleitoral.

“Demos início às apurações para localizar os autores que deixaram a bomba ao lado da igreja. No caso dos ataques a Bolsonaro, caberá à PF conduzir as investigações”, disse o titular da 18ª DP.

O Metrópoles esteve em Brazlândia e presenciou quando as equipes da Polícia Federal chegaram à 18ª DP. À paisana, os agentes colheram informações e deixaram o local rapidamente. A reportagem procurou a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.

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O site do grupo, hospedado em servidores do exterior, faz ameaças contra o presidente eleito, Jair Bolsonaro
O grupo extremista publicou fotos da bomba antes de o Bope detoná-la
A organização fez um aviso: deixaria o explosivo ao lado da igreja antes que ele fosse encontrado pela polícia
Foi usado um extintor de incêndio adaptado com pólvora e pregos
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Página na internet traz uma série de ameaças e relatos de atentados ao redor do mundo

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O site do grupo, hospedado em servidores do exterior, faz ameaças contra o presidente eleito, Jair Bolsonaro

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O grupo extremista publicou fotos da bomba antes de o Bope detoná-la

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A organização fez um aviso: deixaria o explosivo ao lado da igreja antes que ele fosse encontrado pela polícia

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Foi usado um extintor de incêndio adaptado com pólvora e pregos

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Alto poder de destruição
Na madrugada de terça (25), uma pessoa que passava em frente à igreja de Brazlândia estranhou a presença de uma mochila deixada ao lado do Santuário Menino Jesus e acionou a Polícia Militar. Após a PM verificar que se tratava de um artefato explosivo, o Grupo Antibomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi mobilizado. Depois de isolar as ruas próximas do templo, o material foi detonado, por volta das 4h.

Segundo o Bope, tratava-se de um artefato com considerável poder de destruição. O dispositivo era formado por um cilindro de extintor de incêndio composto por pólvora e pregos, além de um detonador movimentado por um relógio. O suposto grupo extremista reivindicou a autoria do atentado.

“Nós reivindicamos o abandono de um explosivo de 5 kg recheado de pregos e pólvora negra no Santuário Menino Jesus, desta vez em Brazlândia, por volta das 21h20. O santuário é o segundo maior templo católico do país. No local, que estava lotado de cristãos miseráveis, era celebrada uma missa de véspera de Natal, e esperávamos provocar um grande massacre durante a saída dos fiéis da igreja. Desgraçadamente, uma grande operação do Bope desativou o nosso explosivo após uma pessoa suspeitar da mochila abandonada e acionar a polícia”, narra texto publicado na internet.

De acordo com o funcionário do santuário onde a bomba foi detonada Jaime Francisco, 58 anos, uma missa foi realizada no templo no dia em que o artefato seria explodido. Segundo o trabalhador, havia cerca de 1 mil pessoas. No entanto, a ameaça aconteceu horas mais tarde. “Já não tinha mais ninguém aqui. Foi após a missa e o local estava fechado. Alguém viu a mala na rua e acionou a polícia. Agora estão investigando”, disse.

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Policiais isolaram a área ao redor da igreja para detonar o artefato
O Bope detonou o artefato sem maiores incidentes
O que restou do material explosivo foi levado pelos policias
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Um morador da região estranhou a mochila deixada ao lado da igreja e acionou a polícia

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Policiais isolaram a área ao redor da igreja para detonar o artefato

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O Bope detonou o artefato sem maiores incidentes

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O que restou do material explosivo foi levado pelos policias

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Ligação com facções criminosas
Intitulada como uma espécie de “sociedade secreta”, a organização afirma ter ligações com duas das maiores facções criminosas do país.

“Nos alinhamos com o PCC [Primeiro Comando da Capital] no que diz respeito aos planos de ataques terroristas com explosivos C-4 que seriam perpetrados pela facção paulista durante as eleições. Isso não é uma aliança, é um alinhamento criminal que se refere a objetivos, logo a polícia pode também ser um alvo nosso, é parte de nosso posicionamento antipolítico”, aponta outra postagem do grupo.

As investigações, agora, tentam chegar aos autores das postagens. Um obstáculo é que a página na internet está hospedada em servidores estrangeiros e, segundo os responsáveis, usa uma série de meios de encriptação e anonimato.

Se indiciados, os integrantes do suposto grupo podem ser enquadrados na Lei Antiterrorismo. Em caso de condenação, a pena prevista é de 12 a 30 anos de prisão. Tempo que pode aumentar devido a outros crimes, como as ameaças e a tentativa de detonar artefato explosivo.

Preocupação com segurança
A solenidade que marcará o início da gestão de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto está prevista para começar às 14h05 do dia 1º de janeiro. Um ensaio para ajustar ações de logística e do esquema de segurança foi realizado no último domingo (23). Outra simulação deve ocorrer no próximo domingo (30).

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou na manhã da última segunda-feira (24), em sua conta oficial no Twitter, que a segurança no dia da posse do seu pai será “inédita” porque a avaliação de risco é “a maior da história”.

Haverá atiradores estrategicamente posicionados no terraço do Palácio do Planalto e demais monumentos da Praça dos Três Poderes: Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Militares também estudaram a área onde Bolsonaro receberá a faixa presidencial e definiram pontos de observação.

Operação Antiterror nas Olimpíadas
As primeiras prisões feitas pela Polícia Federal no país com base na Lei Antiterror ocorreram em 21 de julho de 2016. Na Operação Hashtag, 10 pessoas foram detidas acusadas de integrar um grupo que preparava ações terroristas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

De acordo com o ministro da Justiça à época, Alexandre de Moraes, o bando utilizava aplicativos de celular, como Telegram e WhatsApp, para conversar e organizar os atentados, que não chegaram a ocorrer. Ainda segundo Moraes, contatos com o Estado Islâmico eram feitos por meio de sites da internet, mas sem interação com a base.

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