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Polícia faz reconstituição da morte de médico baleado por PM

Procedimento começou na noite de terça e entrou na madrugada desta quarta (18/12/2019). Delegado quer concluir inquérito ainda este mês

atualizado

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Reconstituição da morte do médico na 315 sul pela PCDF. Fotos Igo Estrela/Metrópoles
1 de 1 Reconstituição da morte do médico na 315 sul pela PCDF. Fotos Igo Estrela/Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Investigadores da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) fizeram a reconstituição da morte do médico Luiz Augusto Rodrigues, 45 anos, na madrugada desta quarta-feira (18/12/2019), na Entrequadra 314/315 Sul.

Os policias refizeram os últimos passos do endocrinologista e do amigo que o acompanhava na noite de 27 de novembro, quando Luiz Augusto foi baleado na cabeça por um policial militar. Foram cinco repetições da dinâmica do crime, e os trabalhos entraram madrugada adentro.

A operação para refazer a cena do crime contou com o apoio do Departamento de Trânsito (Detran), responsável por interditar o tráfego em toda a quadra para a realização do trabalho da polícia.

Sob um forte aparato da Polícia Civil e com grande efetivo de agentes e peritos, a cena da abordagem policial foi repetida com base no que apontaram as investigações e nos depoimentos dos envolvidos. O delegado-adjunto da 1ª DP, Ataliba Neto, disse que a reconstituição levou em conta as versões de quatro envolvidos e uma testemunha.

“São os três policiais que estavam na viatura, o policial que estava com o médico e a esposa dele, que disse ter visto parte da ação. Todos eles foram convocados para auxiliar nas suas versões. Eles foram deixados na delegacia, incomunicáveis, sem contato telefônico, e estão sendo chamados para ajudar a construir a narrativa. Esperamos concluir pela manhã”, disse o delegado.

Segundo Ataliba Neto, o procedimento é necessário para entender melhor a dinâmica dos eventos que levaram à abordagem da PM a Luiz Augusto e a Ringri Pires, o sargento reformado que estava com o médico no momento da tragédia. O delegado estima concluir o inquérito e encaminhá-lo ao poder judiciário ainda em dezembro.

 

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O policial reformado Ringri Pires (com o braço esticado) participou da reconstituição
Reconstituição da morte do médico
Reconstituição foi feita na madrugada desta quarta-feira (18/12/2019)
Delegado Ataliba Neto
Foram mobilizados policiais
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Luiz Augusto: morto por PM após ver jogo de futebol na Asa Sul

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O policial reformado Ringri Pires (com o braço esticado) participou da reconstituição

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Reconstituição da morte do médico

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Reconstituição foi feita na madrugada desta quarta-feira (18/12/2019)

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Delegado Ataliba Neto

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Delegado quer concluir o inquérito ainda em dezembro

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Helicóptero da polícia

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Local onde o médico foi morto

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Bar onde ocorreu o caso

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Bar onde ocorreu o caso

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O caso

De acordo com informações da polícia, os militares viram dois homens em atitude suspeita. Eles estavam em frente ao Teatro dos Bancários, perto de uma caminhonete. Os homens eram Luiz Augusto e o policial reformado Ringri Pires, amigo da vítima.

Os policiais anunciaram a abordagem e, segundo os relatos da corporação, Ringri teria sacado uma arma e apontado para os PMs. Um soldado reagiu e fez um disparo que acertou o médico.

O tiro que atingiu Luiz Augusto saiu de uma carabina, da Imbel, calibre 5.56. O Corpo de Bombeiros foi acionado e constatou a morte no local. Segundo os socorristas, o homem foi atingido na cabeça. O soldado se apresentou na 1ª DP e, por isso, não foi preso em flagrante.

Por meio de nota na época do crime, a Polícia Militar afirmou que o tiro foi dado “diante do risco iminente”. Afirmou ainda que “os policiais não tiveram alternativa e efetuaram dois disparos, que atingiram um dos homens”.

A identidade do policial militar não foi divulgada. Contudo, a PM informou que o afastou das ruas e ele está sob acompanhamento psicológico.

Luiz Augusto era casado e deixou dois filhos, de 5 e 11 anos.

Vítima assistia a jogo

Segundo testemunhas, antes da morte, Luiz Augusto Rodrigues assistia ao jogo do Flamengo contra o Ceará, pelo Campeonato Brasileiro. Estava no Bar e Restaurante Cabana.

Um vigilante afirmou ao Metrópoles que o médico era cliente assíduo do estabelecimento. “Quando estava indo embora, foi abordado por uma equipe da PMDF e só deu para escutar o tiro”, lembrou o homem, que pediu para não ser identificado.

Já um comerciante que trabalha na quadra relatou que o médico era simpático e sempre tratava a todos com cortesia. “Tinha o costume de sair do plantão, no Setor Hospitalar, e passar aqui onde se reunia com outros amigos. Costumava falar que tinha cumprido as tarefas do dia e queria espairecer”, acrescentou. Atualmente, o médico trabalhava na Clínica da Mama.

Outra comerciante da região, que preferiu não se identificar, comentou que estava em sua loja na hora do crime. “Ouvi um barulho e uma mulher que gritava ‘ele matou, ele matou’, quando desci para ver o que era, reconheci o dr. Luiz, já morto. A perícia chegou em minutos. Uma tragédia. Ele nunca andou armado. Não oferecia risco a ninguém.”

Um amigo da vítima, comentou que o que ocorreu é inacreditável. “Passei pelo bar ontem, cheguei a cumprimentar o Luiz. Frequentávamos o local juntos. Era muito amigo. Um cara da paz. Ainda estou sem acreditar.”

O corpo do médico foi sepultado em 29 de novembro no município de Ceres (GO), cidade onde ele nasceu.

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