Polícia Civil prende homem que filmou e vazou vídeo íntimo de mulher
No momento da prisão, Rafael Portilho estava com um amigo conduzindo um veículo de luxo, uma BMW, na Bahia
atualizado
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A Polícia Civil de Goiás (PCGO), em conjunto com a Polícia Civil da Bahia (PCBA), prendeu, na noite dessa quinta-feira (9/6), em Salvador (BA), Rafael Portilho Xavier (foto em destaque). O homem, de 40 anos, era procurado por divulgar fotos e um vídeo íntimo da mulher com quem se relacionou, em Planaltina (GO), no Entorno do Distrito Federal, no fim de maio.
Diante da exposição a que foi submetida, a vítima tentou suicídio, tendo sido socorrida e hospitalizada. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
No momento da prisão, Rafael estava com um amigo conduzindo um veículo de luxo, uma BMW, na região turística da capital baiana. O investigado segue preso na carceragem da PCBA, em Salvador, à disposição da Justiça. Nos próximos dias, deverá ser recambiado para Planaltina.
Veja fotos do autor das gravações e o desabafo da vítima:
O caso
“Acabaram com a minha vida. Não consigo trabalhar e sair na rua”. Assim, a auxiliar administrativa Thalyssa Oliveira Araújo, 26 anos, define o que tem sido as últimas semanas após ter vídeos íntimos vazados nas redes sociais.
O suspeito é sobrinho do ex-prefeito de Planaltina Ronaldo Portilho e irmão de um ex-vereador da cidade. Após as denúncias, Rafael teria se mudado para a Bahia.
Ao Metrópoles a vítima contou que conhecia o homem apenas de vista. “Nunca tinha passado de um ‘oi, tudo bem?”. No último dia 31, aproveitando o fim das férias, Thalyssa decidiu ir a um bar da cidade com amigos. No local, acabou encontrando por acaso com o investigado.
Em rápida conversa, eles combinaram de continuar bebendo. Foi, então, que ambos decidiram ir para casa de uma amiga da vítima. “Continuamos bebendo e extrapolei. Até então, eu queria ficar com ele e fui no carro dele até a casa da minha amiga. Tudo isso com o meu consentimento”, explicou.
Após um tempo, os dois decidiram ir para um hotel. “Ele disse que estava recém-separado, morando em hotel e me convidou”. No local, o casal manteve relação sexual. No entanto, durante o ato, Rafael teria realizado a gravação de forma criminosa e sem consentimento de Thalyssa. “Eu estava muito embriagada, e não consegui ver a gravação. Ele gravou e não fiquei sabendo”.
No outro dia, os dois continuaram juntos na casa de amigos, quando chegou a notícia de que um vídeo estava circulando. “Ele ali comigo ainda falou assim: ‘Deixa eu te falar uma coisa: parece que está rolando um vídeo nosso na cidade’. Na hora, entrei em desespero”, diz.
A gravação logo se espalhou pelas redes sociais. “Ele falou para o meu irmão que foi enviar um documento para uma pessoa e acabou enviando o vídeo sem querer”, complementa.
Confira a repercussão em grupos:
Tentativa de suicídio
Abalada com a exposição, a vítima conta ter tentado o suicídio. “Na sexta-feira, quando deu 11h, eu peguei três caixas de remédio controlado para dormir, tarja preta, e tomei”, revela. Dentro de 10 minutos, a jovem apagou. Thalyssa acordou apenas no domingo (5/6), às 13h, no hospital.
“Pessoas de todos os lugares que não me conhecem estão acabando comigo, falando que eu era amante de um homem casado, me chamando de garota de programa e muitas outras coisas”, lamenta.
“Acabaram com a minha vida. Não param de infernizar minha família com contas fakes mandando os vídeos. Todo mundo está passando mal pelo abalo emocional. Não consigo trabalhar e sair”, finaliza.
Crime
Rafael Portilho pode ser indiciado com base no Artigo nº 218 do Código Penal, que dispõe sobre “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.
A pena corresponde a reclusão de 1 a 5 anos. Segundo a lei, o caso pode sofrer aumento de pena de um a dois terços se o delito for praticado por “agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação”.
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