Polícia Civil prende agente de viagens do DF acusada de golpe
Ela teve a prisão preventiva decretada após ser denunciada em mais de 20 ocorrências
atualizado
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A agente de viagens Cristiana Araújo foi presa na manhã desta sexta-feira (22/3) por policiais da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte). Pelo menos 24 ocorrências contra ela foram registradas nos últimos quatro anos. O prejuízo somente referente a esses casos ultrapassa R$ 400 mil.
De acordo com a investigação, a mulher fechava contratos de viagem com valores abaixo aos do mercado, mas não entregava os serviços. Uma das vítimas, que não quis se identificar, contou ao Metrópoles que Cristiana era convincente e se apresentava como agente de luxo.
“Ela frequentava meu trabalho, sempre muito simpática e sorridente, tratando todos bem. Afirmava que atendia pessoas de bom nível social e com fluência em Brasília. Comentamos que eu faria uma viagem para o exterior e ela veio me oferecer dólar mais barato. Por trabalhar no meio, disse que conseguiria uma tarifa completamente diferenciada, pois pegava de remessa e poderia diminuir bastante”, lembrou a mulher.
A vítima disse ter confiado na agente e comprado US$ 500. “A 20 dias da viagem, eu cobrava todos os dias e ela sempre tinha uma desculpa. Dizia que estava fora de Brasília a trabalho e me pedia para ter paciência”, relatou. A mulher foi presa em Vicente Pires.
Quando a mãe da vítima foi até a delegacia, ela verificou que a estelionatária tinha uma extensa lista de boletim de ocorrência. “Ligamos para ela e dissemos que se não chegasse até as 14h iríamos formalizar a queixa. Com essa ameaça, ela resolveu me passar parte do dinheiro”, completou.
Veja vídeo da mulher chegando na DP, nesta manhã:
A Justiça autorizou o bloqueio de bens de Cristiana, bem como a sua prisão preventiva, o que é difícil em casos de estelionato. Isso porque entendeu que, se continuasse solta, a suspeita poderia continuar cometendo crimes. Entre as vítimas da estelionatária, estão motoristas de Uber, que fecharam pacotes de viagem com ela.
Segundo os policiais, a golpista costumava usar aplicativos de carros de luxo para circular pelo Distrito Federal. A intenção era passar a imagem de pessoa bem-sucedida. “Ela frequentava locais onde pessoas de alto poder aquisitivo circulam. Fazia amizade, ganhava a confiança e aplicava os golpes”, explicou Tiago Carvalho, delegado da 9ª DP.
Cristiana se associava a algumas empresas de turismo, mas aplicava os golpes sozinha, ainda de acordo com o delegado.