Polícia Civil investiga calote de bufê em pelo menos 27 noivas no DF
Empresa de Samambaia Sul recebeu pelo menos R$ 20 mil de cada contratante e desapareceu
atualizado
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O sonho de se casar tem se tornado pesadelo para dezenas de noivas do Distrito Federal. Pelo menos 27 delas acusam de calote uma empresa organizadora de eventos. Segundo as vítimas, a Maison Buffet, localizada em Samambaia Sul, recebeu de R$ 20 mil a R$ 40 mil, adiantados, de cada contratante. No entanto, nesta semana, às vésperas das cerimônias, a firma declarou que “os recursos acabaram”. Em seguida ao anúncio, os donos desapareceram. O caso está sendo investigado pela 32ª Delegacia de Polícia.
Um dos proprietários anunciou em um grupo de WhatsApp que reúne as contratantes uma suposta falência. Além disso, a empresa fixou aviso na porta do estabelecimento. Quem viu o papel foi a gerente de recursos humanos Fabiane Caldas, 33 anos, uma das denunciantes. Ela contou ao Metrópoles que planejou o casamento por um ano e foi à sede da Maison nesta manhã, após ter visto a mensagem na rede social. Saiu de lá com o sonho ameaçado.
“O sentimento é imensurável. Tudo está pago, os convites foram entregues a familiares e amigos. A empresa não teve escrúpulos conosco. Se tivessem falado a situação e nos dado opção, mas não o fizeram. Simplesmente, desapareceram, pois não querem resolver”, lamenta. Apesar disso, Fabiane mantém esperança de realização da cerimônia, prevista para novembro, ou, pelo menos, o ressarcimento dos R$ 20 mil investidos.
No comunicado anexado à fachada, a Maison culpa uma antiga gestora por “rombo enorme” e “golpe”. A mulher seria Liliane Lopes, suposta sócia da empresa. “Muitos trabalharam, desde aquele dia até hoje, de graça. Cozinheiras, garçons, gerentes, fornecedores, todos com a esperança de realizar os eventos e fechar mais contratos para receberem mais na frente”, diz o aviso.
A empresa também pede desculpas aos contratantes. “Oriento agora a todos a procurarem seus direitos como consumidores, não estaremos nos esquivando. Pelo contrário, temos ciência de que responderemos em juízo”, acrescenta.
Apesar disso, os empresários não têm retornado às chamadas das vítimas. O Metrópoles também tentou contato pelos celulares de três dos donos e no número fixo da empresa, sem sucesso. “Um dos noivos viu um caminhão carregado com as coisas da empresa saindo de lá. Nesta quinta (4), fui ao local e a irmã da dona me disse que estavam apenas indo fazer evento fora”, relata Fabiane.
Denúncia
A Polícia Civil do DF investiga o caso, denunciado por 11 noivas até esta quinta. Algumas delas têm casamentos agendados para o próximo fim de semana. “Ainda não temos notícia dos gerentes da empresa. Sabemos que vinham firmando vários contratos, fazendo promoções. Isso aponta má-fé, pois sabiam que a empresa iria quebrar”, afirma o delegado-chefe da 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), Joás Bragança Borges, responsável pela investigação.
A PCDF abriu inquérito para apurar suposto estelionato e associação criminosa. Segundo o delegado, Marcilene de Freitas Ribeiro, o marido e o filho dela são os donos da Maison. Ele espera que, nos próximos dias, mais vítimas compareçam à DP para denunciar o caso.