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Militares são presos pela PCDF acusados de liderar tráfico de armas

Investigações começaram quando a corporação percebeu movimentação de grupos vendendo equipamentos de usos restrito ou permitido

atualizado

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operação shooter, PCDF, polícia civil
1 de 1 operação shooter, PCDF, polícia civil - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Pelo menos 180 policiais civis saíram às ruas do Distrito Federal e Região do Entorno, nesta sexta-feira (23/3), para cumprir 65 mandados de prisão e de busca e apreensão contra o tráfico de armas e munições. Entre os alvos da operação, batizada de Shooter (atirador), estão militares das Forças Armadas, além de colecionadores.

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram quando a corporação percebeu a movimentação de grupos vendendo armas de usos restrito ou permitido na capital do país, alimentando outras organizações criminosas.

Os mandados, expedidos pela 4ª Vara Criminal de Brasília, foram cumpridos nas regiões do Cruzeiro, Santa Maria, Jardim Botânico, Guará, Gama, além de Valparaíso de Goiás e Novo Gama.

De acordo com a PCDF, até o meio-dia, foram cumpridos 21 mandados de prisão temporária. Outros seis criminosos acabaram presos e autuados em flagrante. Além das prisões, os agentes encontraram e apreenderam  três pistolas (sendo duas de calibre 9 mm e outra 380), um rifle, cal 44, um revolver, calibre 38, além de munições de vários calibres, como 22, 38, 380, 9mm e até 7.62 (fuzil).

Operação Paiol
Os traficantes de armas entraram na mira da PCDF no início do mês, com a deflagração da Operação Paiol. Segundo as investigações, sete armas e dezenas de munições para revólveres e pistolas eram comercializadas semanalmente por uma quadrilha desarticulada no dia 7 de março.

A origem do arsenal, que ficava nas mãos de traficantes e organizações criminosas, ainda é apurada pela 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Sul). A suspeita é que sejam compradas no Paraguai.

O bando, liderado pelo ex-militar do Exército Brasileiro e ex-policial militar de Goiás Pedro Henrique Freire de Santana, que está preso, teria facilidade para consegui armas curtas e longas em cidades paraguaias, fronteiras com o Paraguai. A moeda de troca, muitas vezes, eram carros roubados e furtados no Distrito Federal, que, após clonados, eram levados para comerciantes de armas paraguaios, além de celulares roubados.

O Metrópoles teve acesso, em primeira mão, a imagens que flagram Pedro Santana em ação negociando a venda de armas e munições nas ruas do DF. Todas as pistolas que costumavam ser vendidas e alugadas pelo bando são de calibres 9 milímetros e .40, ambas de uso restrito das forças armadas. Cada uma era alugada por cerca de R$ 400 enquanto as munições eram vendidas por R$ 12 cada.

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Os criminosos vendiam cada pistola por até R$ 400
As armas, de acordo com suspeitas da Polícia Civil, vinham do Paraguai
Os criminosos forneciam os armamentos para traficantes e quadrilhas especializadas em roubos
A quadrilha era responsável por negociar até sete armas por semana
Carros clonados eram usados como moeda de troca no Paraguai para a obtenção de armas de uso restrito das Forças Armadas
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Pedro Santana, líder da quadrilha, costumava negociar venda e aluguel de armas nas ruas do DF

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Os criminosos vendiam cada pistola por até R$ 400

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As armas, de acordo com suspeitas da Polícia Civil, vinham do Paraguai

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Os criminosos forneciam os armamentos para traficantes e quadrilhas especializadas em roubos

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A quadrilha era responsável por negociar até sete armas por semana

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Carros clonados eram usados como moeda de troca no Paraguai para a obtenção de armas de uso restrito das Forças Armadas

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Apoio a quadrilhas
Durante as investigações, os policiais descobriram que a quadrilha, além de vender e alugar armas e munições, abasteciam outros bandos especializados, por exemplo, em explosão de caixas eletrônicos. Fortes indícios apontam que Pedro Santana emprestou armas e explosivos para outros criminosos fazerem um assalto em que poderia faturar cerca de R$ 50 mil.

Durante os cumprimentos de mandados de prisão, no início do mês, os agentes apreenderam bananas de dinamite, usadas para explodir caixas eletrônicos. “Eles eram um grupo estruturado que atuava em diversas áreas do crime organizado: fomentando a prática dos delitos, fornecendo armas e explosivos e emprestando dinheiro para outras organizações”, explicou o delegado-chefe da 23ª DP, Victor Dan.

Parte do dinheiro faturado com venda e aluguel das armas e munições era “lavada” em comércios abertos por Pedro Santana, entre eles, uma barbearia, uma distribuidora de bebidas e uma loja que vendia celulares. Todas funcionavam em Samambaia, onde ele morava.

 

Munições do Exército
Outra suspeita dos investigadores é que as munições revendidas pela quadrilha sejam desviadas de algum departamento de suprimentos do Exército. Os policiais possuem informações sobre um militar do Exército que, sempre fardado, costumava visitar a casa de Pedro Santana com frequência.

Em nota, o Exército informou que Pedro Henrique Freire de Santana prestou o serviço militar, como soldado, em 2011, sendo licenciado no ano seguinte.

“O Comando Militar do Planalto aguarda informações sobre as investigações desenvolvidas pela PCDF para adotar os procedimentos legais e disciplinares cabíveis, caso realmente haja militares envolvidos no fato em questão”, informou a Força. O Exército reiterou, ainda, que “não admite condutas que afrontem seus valores e princípios”.

Procurada pelo Metrópoles, a Polícia Militar de Goiás ainda não se manifestou sobre as suspeitas de desvio de armas das duas forças para o tráfico.

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