Polícia identifica suspeito de assassinar o ciclista Arlon Fernando
Partes do veículo roubado do estudante da UnB na noite do crime estavam dentro do armário de uma casa no Paranoá
atualizado
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A Polícia Civil identificou o suspeito de assassinar o estudante da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, morto aos 29 anos na noite de 7 de dezembro do ano passado. De acordo com a 5ª Delegacia de Polícia (área central), trata-se de Daniel Sousa de Andrade, conhecido como Scooby. A prisão foi decretada na madrugada desta terça-feira (16/1), mas ele está foragido.
Policiais militares encontraram a bicicleta do estudante. O jovem, que fazia doutorado em física, foi esfaqueado ao entrar em luta corporal com o criminoso, em pleno Eixo Monumental, entre as vias S1 e N1, na altura da Câmara Legislativa, quando voltava da universidade para casa, no Sudoeste, pela ciclovia.
Partes da bicicleta, modelo mountain bike GT Avalanche Elite, que pode custar até R$ 4 mil, estavam dentro do armário de um receptador, no Paranoá. Rodas, sistemas de freios e manetes foram apreendidos e levados para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Em depoimento, ele confessou que comprou a bicicleta, repassada pelo autor do latrocínio (roubo seguido de morte).
O suspeito é justamente o homem que os investigadores desconfiavam. Trata-se de um morador do condomínio Del Lago, no Paranoá. Ele já havia sido levado para prestar esclarecimento na delegacia pelo menos duas vezes.Em todas as oportunidades, Daniel negou participação no crime. No entanto, o homem é aficionado por bicicletas de alta performance e já tinha passagens por roubo e furto na área central do DF.
Os investigadores da 5ª DP tiveram acesso a uma série de imagens gravadas por câmeras de segurança instaladas em diversos prédios públicos ao longo de todo o Eixo Monumental. Os vídeos possibilitaram traçar a rota de fuga usada pelo assassino. Após cometer o crime, o suspeito desceu pela via N1, na contramão. Em disparada, ele passou pelo Ginásio Nilson Nelson, Rodoviária do Plano Piloto, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Depois de percorrer o Setor de Clubes e cruzar a Ponte JK, o criminoso seguiu pela pista que dá acesso à Barragem do Paranoá. Ele continuou até chegar ao condomínio Del Lago, onde mora.
Na noite de segunda (15), investigadores da 5ª DP e equipes da PM buscavam o suspeito, que estaria escondido em algum ponto do Paranoá. A ação contou com o apoio de um helicóptero da Polícia Civil. Até a última atualização desta reportagem, o acusado não havia sido encontrado.
Necrópsia aponta que vítima se defendeu
Um dia após a morte de Arlon Fernando, o Metrópoles teve acesso à necrópsia feita no corpo do estudante. Segundo um perito do Instituto Médico Legal (IML), pelas características dos ferimentos, o doutorando da UnB reagiu à ação do criminoso. A informação foi confirmada semanas depois, quando o IML divulgou o laudo sobre a morte.