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Polícia Civil acredita que 4º envolvido em chacina esteja fora do DF

arlomam dos Santos Nogueira, 26 anos, é considerado foragido e acredita-se que o homem não está mais no Distrito Federal

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1 de 1 ricardo-viana-delegado (1) - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) trabalham com a possibilidade de que Carlomam dos Santos Nogueira, 26 anos, considerado o quarto suspeito de participar da chacina que envolve o desaparecimento de 10 pessoas de uma mesma família, esteja fora do DF.

“Provavelmente, há notícias de que ele se encontra fora do Distrito Federal”, informou o delegado Ricardo Viana.

Até o momento, três homens estão presos por participação na chacina. Durante as apurações, a PCDF localizou impressões digitais de Carlomam no cativeiro e no carro de uma das vítimas.

Mais três corpos

O rastro que leva até onde os três corpos, possivelmente, das últimas vítimas da chacina familiar no DF, localizados na madrugada desta terça-feira (24/1), revela a crueldade do esquema montado pelos criminosos. O ponto de desova fica na cisterna de uma chácara no Núcleo Rural Santos Dumont, em Planaltina.

O buraco, de aproximadamente 2 metros, está localizado a poucos centímetros de uma casa abandonada do terreno. No mato, é possível observar vestígios dos restos mortais e sangue das vítimas, assim como dentro da cisterna.

No mesmo modus operandi do cativeiro, onde encontraram o cadáver de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, os três corpos desta terça estavam cercados por cal para abafar o odor da decomposição e despistar os rastros do crime.

Os corpos são de uma mulher, uma adolescente e um homem. Por isso, a PCDF suspeita que sejam das três vítimas da chacina que estão desaparecidas – Cláudia Regina Marques de Oliveira, Ana Beatriz Marques de Oliveira e Thiago Gabriel Belchior.

Veja fotos do local:

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O poço, de aproximadamente 2 metros de profundidade, fica perto de uma casa abandonada no terreno
No gramado, é possível observar vestígios dos restos mortais e de sangue das vítimas, assim como na cisterna
Casa perto do local onde foram deixados os três corpos
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Cisterna onde corpos foram deixados fica em chácara no Núcleo Rural Santos Dumont, em Planaltina (DF)

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O poço, de aproximadamente 2 metros de profundidade, fica perto de uma casa abandonada no terreno

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No gramado, é possível observar vestígios dos restos mortais e de sangue das vítimas, assim como na cisterna

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Casa perto do local onde foram deixados os três corpos

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Linha do tempo

A reportagem cruzou depoimentos de suspeitos de envolvimento no crime, bem como relatos de familiares e testemunhas à polícia, para explicar a cronologia dos fatos. Confira:

25/12 – Segundo relatou o namorado de Gabriela à polícia, ele passou o Natal com os familiares da jovem e retornou para casa dois dias depois. Na ocasião, os documentos da sogra, Renata, 52, teriam ficado com ele.

28/12 – Conforme depoimento, a menina teria “sumido” durante o dia 28 de dezembro e voltado a responder o companheiro à noite, informando que precisou fazer uma viagem de última hora, pois o “pai teria de fazer alguns exames”.

31/12 – Após dois dias seguidos sem responder, Gabriela, 25, teria mandado uma mensagem de áudio para o namorado dizendo que retornaria para casa em 1º de janeiro. Desconfiado da história, o jovem, então, teria checado um aplicativo de localização, que divide com a companheira, e verificado que o celular dela, com o qual os dois se comunicavam, estava em Planaltina. Sentindo que algo poderia estar errado, o rapaz mandou prints para Gabriela por mensagens e passou a confrontá-la.

2/1 – Gabriela e a mãe, Renata, enviaram um áudio para o jovem dizendo que um “processo relacionado a um trator do pai dela” – Marcos Antônio, 54 – teve “problemas” e que, por esse motivo, a família precisou fugir. Desde então, não responderam mais.

Preocupado, o rapaz, então, resolveu ir atrás de Thiago, irmão da namorada, que informou “não saber de nada” e, na mesma oportunidade, solicitou a entrega de documentos da mãe – Renata. Após combinarem a entrega, Thiago, na tentativa de encaminhar a conversa dos dois para um terceiro, equivocou-se e reencaminhou o diálogo ao próprio cunhado, com quem conversava. Ao perceber o erro, o marido de Elizamar apagou a mensagem imediatamente.

11/1 – Após tentativas frustradas de falar com a namorada, o rapaz pediu para que Thiago combinasse um local para a devolução dos pertences de Renata. Thiago, então, enviou a localização da casa onde mora, em Santa Maria. Contudo, e novamente, outra intercorrência atrapalhou o plano. Esta, segundo o rapaz, foi a última vez que conseguiu conversar com o cunhado.

Dias depois, tentou contatar novamente Thiago, mas não teve retorno. Por isso, resolveu ir até a casa onde vivia Gabriela, mas nada lá encontrou.

12/1 – Elizamar desaparece com os filhos após dirigir até a casa do sogros para buscar seu marido, Thiago.

13/1 – Ao não conseguir contatar a mãe, a filha de Elizamar consegue conversar com Thiago. Segundo a menina, o padrasto teria dito que “teve uma discussão com a esposa” e que ela teria ido embora sem ele. Conforme o depoimento, Thiago teria dito, ainda, que estava “arrumando as coisas para viajar com o pai”.

13/1 – Carro de Elizamar, um Clio preto, é encontrado carbonizado com quatro corpos dentro na Rodovia GO-436, Km 69, em Luziânia (GO).

13/1 – Núbia, irmã de Renata – sogra de Elizamar – disse que a mulher mandou um áudio no grupo da família, por volta das 21h, informando que estava em um evento conhecido como vaquejada e que retornaria à casa no dia seguinte (sábado).

14/1 – Filho de Elizamar registra o desaparecimento da mãe e dos três irmãos mais novos: os gêmeos Rafael e Rafaela da Silva, 6 anos, e Gabriel da Silva, 7.

14/1 – Um Siena, cuja documentação estava em nome de Marcos Antônio, é encontrado carbonizado com duas pessoas dentro na BR-251, altura de Unaí (MG).

15/1 – Núbia registra boletim de ocorrência indicando o desaparecimento da irmã, Renata, do marido dela, Marcos Antônio, e dos filhos do casal, Gabriela e Thiago.

15/1 – Inteligência da Polícia Civil de três estados cruza dados de boletins de desaparecimentos registrados e placas de carros carbonizados.

16/1 – Boletim de ocorrência é registrado indicando o desaparecimento de Cláudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira.

17/1 – Polícia prende dois suspeitosGideon Batista de Menezes, 55 anos, e Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49 anos.

17/1 – Suspeitos apontam Marcos e Thiago como mandantes dos assassinatos. Segundo os criminosos, as mortes teriam sido motivadas por R$ 500 mil.

17/1 – Polícia prende Fabrício Silva Canhedo, 34 anos, terceiro envolvido no crime.

18/1 – Polícia diz que corpos encontrados em carro carbonizado em Unaí pertencem a mulheres.

18/1 – Corpo é encontrado em cativeiro onde parte de integrantes da família eram mantidos em cárcere.

18/1 – PCDF descarta envolvimento de pai e filho em chacina de família.

19/1 – Corpos encontrados em carro carbonizado em Luziânia são de Elizamar e dos três filhos dela.

19/1 – Corpo encontrado em cativeiro é de Marcos Antônio, sogro de Elizamar.

22/1  Um quarto suspeito é identificado de participar da chacina que envolve o desaparecimento de 10 pessoas de uma mesma família. O homem é Carlomam dos Santos Nogueira, 26 anos.

24/1 – De madrugada, três corpos foram encontrados em uma fossa séptica seca. Cadáveres são de duas mulheres e um homem.

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