Polícia aguarda resultado de DNA para ligar Marinésio a sete vítimas
Semana passada, o maníaco foi reconhecido por garota de 17 anos e dona de casa de 43. Elas disseram ter sido estupradas
atualizado
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A Polícia Civil do DF aguarda resultados de exames de DNA para saber se Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, tem relação com pelo menos sete casos de estupros e assassinatos (veja lista abaixo). Ao todo, 17 mulheres ou familiares de desaparecidas denunciaram o maníaco desde que o caso veio à tona.
Os testes estão sendo realizados a pedido de delegacias que investigam crimes possivelmente ligados ao cozinheiro, assassino confesso de Letícia Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47. Além de material genético do próprio acusado, foram recolhidas amostras na Blazer prata que ele teria usado nos crimes.
Na semana passada, Marinésio foi reconhecido por uma garota de 17 anos e por uma dona de casa de 43. Elas contam terem sido abordadas em paradas de ônibus e estupradas. O reconhecimento facial foi feito no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade.
A lista de acusações contra Marinésio inclui crimes como assassinato, estupro e assédio sexual. Entre as semelhanças que o colocam como suspeito dos casos, está o modus operandi adotado por ele. Aos investigadores da PCDF, o maníaco revelou que tinha o hábito de pegar o carro nos dias de folga e circular pela cidade atrás de mulheres. Contou que costumava abordar as que estavam sozinhas em paradas de ônibus. Na versão dada aos policiais, ressaltou que oferecia carona para a rodoviária e, no trajeto, assediava as vítimas.
Confira os casos que aguardam resultados de exames de DNA:
1) Gisvania Pereira dos Santos Silva, 34 anos – Ela foi filmada pela última vez às 4h40 do dia 6 de outubro de 2018 por câmeras de segurança de um posto de gasolina em Sobradinho, região onde morava com os pais e a filha, de 15 anos. No vídeo, Gisvania estava acompanhada de um homem. Ele foi identificado à época, mas a polícia descartou a participação dele no sumiço da mulher, pois ela saiu sozinha do posto;
2) Adolescente de 17 anos – Jovem diz ter sido estuprada, abandonada e chamada de “lixo”. Ela também foi abordada pelo cozinheiro em parada de ônibus. Para que entrasse no carro, o maníaco a ameaçou de morte com uma faca. A vítima foi levada à região de pinheirais, no Paranoá, onde foi abusada pelo suspeito. A adolescente foi a primeira a denunciar que Marinésio usava carro diferente da Blazer prata apreendida;
3) Moradora do Paranoá, de 43 anos – Segundo a vítima, que pediu para não ter o nome divulgado, ela chegou a tentar o suicídio duas vezes devido ao trauma causado pela violência sofrida: afirma ter sido estuprada e espancada. A vítima parou de trabalhar e fez acompanhamento psiquiátrico. Hoje, tem depressão e síndrome do pânico. O caso ocorreu em 2017. Naquele ano, Marinésio teria ameaçado a mulher de morte após ela tentar escapar do veículo do algoz. Aos investigadores, a vítima relatou que o maníaco estava em um carro vermelho;
4) Babá moradora da Fercal – Antonia Rosa Rodrigues Amaro está desaparecida há um ano e meio após ter se dirigido a uma parada de ônibus. Ela era babá em uma casa do Lago Sul. A Polícia Civil do DF acredita que o cozinheiro tenha envolvimento com o sumiço dela;
5) Marília de Lurdes Ferreira – Desaparecida em agosto de 2012, ela foi achada morta um mês depois, na linha férrea dos arredores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). De acordo com familiares, Marília desapareceu após deixar o local de trabalho em direção a uma parada de ônibus para pegar transporte até agência da Caixa Econômica Federal, mas nunca chegou ao destino. A família acredita que ela tenha sido sequestrada por um motorista de transporte pirata;
6) Caroline Macêdo Santos – A adolescente de 15 anos foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio do ano passado. A jovem era amiga da filha de Marinésio dos Santos Olinto e morava a 800 metros da casa do cozinheiro, no Vale do Amanhecer. Caso foi reaberto após prisão do maníaco;
7) Fabiana Santa Alves, 27 anos – Trabalhava como garçonete em um estabelecimento na Estrutural e teria sido deixada pelo namorado dentro de um ônibus rumo ao Paranoá. Após o desaparecimento, em 2013, a família passou a desconfiar do rapaz, mas nunca teve retorno da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), onde o inquérito segue em aberto.
Vida normal
Marinésio morava com a esposa e a filha em uma casa humilde no Vale do Amanhecer. Tinha uma vida acima de qualquer suspeita. O homem, de 1,60 m de altura, é considerado calmo. “Vivi com ele muitos anos [19, no total] e não sabia de nada. Era um bom marido e bom pai. Nunca agrediu minha filha. Estamos arrasadas”, disse a companheira do maníaco.
Após ser preso, o cozinheiro confessou ter matado duas mulheres e afirmou que pagará pelos crimes. “Só peço desculpas a todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”, disse Marinésio, detido desde a madrugada de 25/08/2019 pelo assassinato de Letícia.
As declarações foram dadas em 26/08/2019, na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), região administrativa onde Letícia morava com o marido e o filho, criança de apenas 3 anos.
O cozinheiro agia sempre com o mesmo modus operandi: as vítimas eram abordadas em paradas de ônibus ou em rodoviárias pelo suspeito, que se passava por loteiro (motorista de lotação).