PMGO admite que confundiu carro de mulher baleada com o de criminosos
A corporação determinou a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar os fatos registrados em um posto de gasolina
atualizado
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A Polícia Militar de Goiás (PMGO) admitiu, em nota, que o carro da mulher baleada por policiais militares de Goiás em um posto de combustíveis do Jardim Ingá, em Luziânia (GO), na madrugada de quarta-feira (20/10), foi confundido com o de criminosos.
O texto enviado pela corporação informa que, de acordo com o relato da equipe da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), no Jardim do Ingá, a abordagem a um veículo tipo Ônix branco, por volta das 4h, em um posto de gasolina, às margens da BR- 040, ocorreu em virtude de que, em datas anteriores ao fato, foram registrados boletins de ocorrências de roubo. Nos registros, foi utilizado pelos criminosos um veículo com as mesmas características do carro abordado.
“Foi feito o Registro de Atendimento Integrado (RAI) da abordagem, bem como a equipe compareceu à delegacia de Polícia Civil para as providências legais”, esclareceu a corporação.
Segundo a PMGO, assim que tomou conhecimento do caso, a corporação determinou a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar os fatos.
Engano
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o carro de Meyrejane Brandão Dantas, 49 anos, é baleado por policias militares de Goiás. Os disparos perfuraram a bexiga e o intestino da mulher, que teve de passar por cirurgia. O caso ocorreu na madrugada dessa quarta-feira (20/10).
Pouco antes, a polícia havia recebido a informação de que um carro com as mesmas características do veículo de Meyrejane estaria envolvido em roubos na região. Ao estacionar o automóvel no posto, os policiais desceram da viatura descaracterizada e dispararam pelo menos sete vezes contra o veículo da mulher.
Veja vídeo:
Ainda segundo o registro policial, os PMs realizaram o cerco, fizeram sinais luminosos e sinalização sonora para que a vítima estacionasse o carro. No entanto, a motorista teria aumentado a velocidade e acabou perseguida até o posto de combustível.
O texto da ocorrência informa que a vítima entrou o pátio do posto e, logo após, engatou a marcha à ré. De acordo com os policiais, a manobra fez com que o veículo fosse na direção deles, por isso começaram os disparos.
Segundo testemunhas, a mulher teria ficado com medo da perseguição e voltou ao posto, onde teria levado o marido, caminhoneiro, para trabalhar. A vítima relatou não ter conseguido identificar que a abordagem era realizada por policiais e estava com medo de ser assaltada.
Após a ação, os militares informaram que o carro tinha as mesmas características de outro veículo roubado na região e desconfiaram quando a mulher fugiu. Meyrejane está com quadro de saúde estável.
As armas dos policiais, assim como o veículo da vítima, foram apreendidos para passar por perícia.