PMDF tem 79 suspeitas de coronavírus, 3 confirmados e 1 óbito
Morte de sargento da corporação liga alerta sobre o risco de contágio entre policiais que seguem atuando durante a pandemia
atualizado
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Integrantes dos chamados serviços essenciais, servidores da Secretaria de Segurança Pública começam a sentir os efeitos da pandemia de coronavírus que assola o Distrito Federal.
Só a Polícia Militar do DF (PMDF) se viu obrigada a retirar de atividade 82 militares que apresentaram sintomas compatíveis aos da doença. Atualmente, há dois casos confirmados da Covid-19 na corporação. Os infectados estão internados em unidades de saúde da capital.
Além dos pacientes confirmados, a PMDF contabiliza um óbito devido às complicações provocadas pela doença. Trata-se do sargento Romildo Pereira, 50 anos.
O militar morreu no dia 2 de abril. Pereira estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, desde 26 de março. O praça deu entrada na unidade de saúde apresentando febre e insuficiência respiratória.
“Preocupante”
Ao Metrópoles, o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do DF (Aspra) afirmou que a entidade tem acompanhado a situação, que se “mostra preocupante”.
“Realmente, é uma situação de grande risco. Até o momento, tivemos conhecimento apenas desses três casos de policiais com a doença: infelizmente, um evoluiu para óbito”, explicou o sargento Sansão.
Sansão destaca que, apesar do risco, os policiais e bombeiros têm sido amparados e resguardados pelos respectivos comandantes. “Não tenho visto nenhuma irregularidade. Os comandos realmente estão tomando as medidas cabíveis.”
O representante da categoria afirmou, ainda, que a Aspra monitora os casos e afastamentos. “A gente acompanha de perto o dia a dia dos policiais e bombeiros. Temos médicos de plantão para dar suporte aos militares que, eventualmente, vierem a ser diagnosticados, além da parte jurídica, que atua no resguardo deles”, finalizou.
Medidas
Desde o registro dos primeiros casos de coronavírus, o Executivo local adota medidas para frear o risco de contágio.
As determinações reverberaram no Comando Geral da Polícia Militar, que instituiu o uso de máscaras e luvas de proteção aos militares da corporação e acionou a Secretaria de Saúde solicitando repasses emergenciais de Equipamentos de Proteção Individual. (EPIs).
Máscaras
Segundo dados solicitados pelo Metrópoles, a Polícia Militar distribuiu aos praças mais de 10 mil máscaras de proteção até o momento.
Os equipamentos estavam em estoque do setor de saúde da corporação. A força de segurança aguarda, ainda, a entrega de mais 2 mil máscaras, que deve ocorrer na próxima semana.
Outra medida ocorreu ainda no último mês, quando a PMDF abriu procedimento para aquisição direta de álcool em gel.
Segundo a corporação, foram adquiridos 2,4 mil frascos do material para viaturas, além de 150 galões para reabastecimento dos recipientes e 250 dispensers que estão sendo instalados nos batalhões.
Bombeiros infectados
Casos de militares contaminados pela doença também ligaram o alerta do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF).
A preocupação quanto à saúde dos colaboradores levou a corporação a monitorar 690 militares aposentados e da ativa por meio de ligações telefônicas.
O objetivo é verificar as condições de saúde e passar orientações. Seis relataram sintomas do coronavírus e foram orientados a permanecerem isolados em suas residências, acompanhando a evolução do quadro.
Um integrante da corporação testou positivo para o novo coronavírus. No total, são cerca de 58 casos suspeitos, entre bombeiros e dependentes. Os profissionais foram afastados.
Outros 13 casos no CBMDF acabaram descartados. Ainda de acordo com os bombeiros, os números contabilizados incluem os assintomáticos ou com sintomas leves.
Além das ligações, equipes de bombeiros e estudantes de medicina estão realizando visitas nas unidades operacionais do CBMDF para levar esclarecimento e instruções de prevenção e descontaminação aos militares que estão em serviço.