PMDF abre investigação para esclarecer morte de adolescente
Jovem de 17 anos foi morto em 28 de janeiro, em Samambaia. Parentes e amigos dizem que menor de idade não era bandido
atualizado
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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu um inquérito policial militar para apurar o caso do adolescente morto por um membro da corporação em 28 de janeiro, em Samambaia. Segundo a versão dos militares que participaram da operação, Gustavo Henrique Soares Gomes (foto em destaque), 17 anos, ameaçou sacar um simulacro de arma de fogo. A família nega.
PCDF analisa se câmera flagrou momento em que PM atira em jovem
Na ocasião da morte do jovem, a PMDF informou que duas motos furaram um bloqueio policial montado na quadra 609 de Samambaia. O segundo veículo, onde estava Gustavo e era conduzido pelo amigo dele, Gustavo Matheus Santana da Silva, 18, foi alvo de tiros dos PMs. Segundo a corporação, o garupa da moto teria empunhado um simulacro de arma de fogo.
Veja fotos de Gustavo Henrique:
Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (9/2), o delegado-adjunto da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), Rodrigo Carbone, afirmou que a Polícia Civil analisa imagens do momento em que o adolescente levou o tiro, para esclarecer em que circunstâncias ocorreu o disparo efetuado pelo policial militar.
“A gente está tendo bastante cautela nessa investigação, com calma e tranquilidade para apurar tudo com bastante responsabilidade. O que temos é o relato do polícia que narrou a dinâmica do fato, no qual o jovem jogou a moto sobre a equipe e simulou o saque de uma arma”, explicou Carbone.
Os policiais encontraram, em um matagal próximo ao local, um simulacro de arma de fogo. “Isso não quer dizer que esse simulacro estivesse sendo usado pelo rapaz que estava na moto. Tudo está sendo apurado”, disse o delegado.
Caso as provas colhidas e as evidências que estão sendo trabalhadas confirmem que o policial disparou sem ter ocorrido reação dos rapazes que estavam na moto, o militar pode ser indiciado por homicídio qualificado.
Protesto
A família do jovem morto realizará um protesto nesta quinta-feira (10/2). Segundo os parentes do adolescente, ele não portava um simulacro de arma de fogo, como disseram os policiais, e morreu por despreparo do integrante da PMDF.
“Gustavo recebeu um tiro no peito, estando na garupa, sem oferecer risco aos policiais armados. A polícia disse que Gustavo tinha um simulacro e ameaçou sacar, na tentativa de colocar mais um jovem negro como bandido, porém, as filmagens e testemunhas evidenciam que não tinha arma”, afirma o texto que chama para o protesto, divulgado no WhatsApp.