PM que matou bombeiro tentando balear suspeito ganha liberdade provisória
Justiça entendeu que não há necessidade de manutenção da prisão no momento, já que ele é réu primário, tem endereço fixo e trabalho formal
atualizado
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A Justiça deu liberdade provisória ao policial militar que matou o bombeiro Walter Leite da Cruz ao tentar balear um suspeito, em Ceilândia. O segundo soldado da PMDF passou por audiência de custódia na última sexta-feira (11/11). No entendimento da juíza, não há necessidade de manutenção da prisão no momento, já que ele tem endereço fixo, trabalho lícito e nunca esteve preso por outro crime.
Segundo sargento do Corpo de Bombeiros, Walter Leite da Cruz (foto em destaque), 38 anos, deixou a esposa e quatro filhos.
Segundo a Polícia Civil, o militar da PM será investigado pela PCDF. Ao Metrópoles o delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), Raphael Seixas, declarou que o caso não se trata de crime militar e, por isso, será tratado como homicídio na justiça comum.
“A vítima, embora fosse militar da ativa, estava fora de serviço. Inclusive, o disparo aconteceu na casa dela. Logo, trata-se de um caso cuja competência é da justiça comum – Tribunal do Júri – atribuição de investigação da Polícia Civil. Portanto, o inquérito será instaurado na 24ª Delegacia de Polícia que, por sua vez, irá apurar o crime de homicídio”, afirmou Seixas.
O caso
Walter Leite era bombeiro militar do Distrito Federal. Ele foi baleado dentro da própria casa, na QNO 6, no Setor O, em Ceilândia. O militar foi socorrido em estado grave e levado, inconsciente, para o Hospital Regional da região administrativa. Após dar entrada na unidade de saúde, o homem não resistiu aos ferimentos e morreu.
O homicídio ocorreu após uma perseguição policial, que começou devido à agressão de um homem à esposa. O suspeito teria sido preso pela manhã, por crime configurado na Lei Maria da Penha, e à tarde teria retornado ao local na intenção de matar a vítima.
Família e amigos do bombeiro despediram-se do militar nesse sábado (12/11), em velório no Campo da Esperança de Taguatinga. Centenas de pessoas participaram da cerimônia. Um helicóptero do Corpo de Bombeiros sobrevoou o cemitério e jogou pétalas de flores sob a cerimônia.
Amigos e parentes descreveram Walter como alguém que sempre se preocupou mais com os outros do que consigo mesmo, uma pessoa muito respeitosa, honrada e de fé.