PM que exigiu R$ 3 mi de empresários é punido com 4 dias de prisão
Conselho de Justificação militar julgou o tenente-coronel Sérgio Roberto Roballo culpado, mas capaz de permanecer na Polícia Militar do DF
atualizado
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O tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Sérgio Roberto Roballo foi punido com quatro dias de prisão domiciliar após ser julgado culpado por exigir R$ 3 milhões de empresários, sob ameaça de divulgar documentos que revelariam irregularidades supostamente cometidas pelas vítimas em processos de credenciamento junto ao Departamento de Trânsito (Detran-DF).
O despacho com a medida disciplinar, assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), consta na edição do Diário Oficial (DODF) desta terça-feira (14/5).
Em maio de 2023, o Governo do Distrito Federal (GDF) havia instaurado um Conselho de Justificação para julgar a conduta do tenente-coronel.
O colegiado é formado para avaliar, por meio de um processo especial, a incapacidade de um militar permanecer na ativa, ao mesmo tempo em que lhe dá condições de se justificar. O grupo é composto por três oficiais da ativa, da corporação a que pertence o servidor, mas de posto superior.
Na decisão divulgada nesta terça-feira (14/5), o chefe do Executivo local acolheu a decisão do conselho, que considerou Sérgio Roberto Roballo “culpado, porém, capaz de permanecer nas fileiras da corporação”.
Vistorias terceirizadas
Em 2022, a coluna Na Mira teve acesso a uma imagem exclusiva que mostrou o encontro entre Roballo (de camisa cinza, na foto em destaque) e dois advogados que representavam empresários credenciados ao Detran. A reunião ocorreu em agosto de 2021, em um bar no Sudoeste (DF). A cobrança de R$ 3 milhões teria se dado nessa ocasião.
As empresas em questão faziam vistorias veiculares, e o tenente-coronel teria atuado como “porta-voz” de um grupo formado por pessoas supostamente prejudicadas após a terceirização desse serviço pelo Detran-DF. O valor exigido seria dividido entre elas e serviria para “amenizar” os prejuízos decorrentes dessa mudança, segundo as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) à época.
Desde que o serviço de vistorias veiculares no Distrito Federal foi terceirizado, ele passou a ser executado por empresas credenciadas junto ao Detran-DF, fato que desagradou uma parcela de pessoas anteriormente envolvidas com o processo.