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PM que atirou em suspeito que estava com arma falsa é investigado

Mesmo atingido na cabeça e na mão, jovem de 20 anos teria conseguido fugir do cerco policial montado no Paranoá

atualizado

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1 de 1 - Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal instaurou inquérito para apurar as circunstâncias de uma abordagem feita por policiais militares na qual um homem de 20 anos, que portava uma arma falsa, foi baleado na cabeça por um tenente. O episódio ocorreu na avenida principal do Paranoá durante a madrugada de 7 de novembro de 2019, mas as filmagens só vieram à tona na sexta-feira (28/02/2020).

A investigação da PCDF apura se houve algum tipo de crime na abordagem e nos momentos que se seguiram aos disparos. O rapaz sobreviveu aos ferimentos, mas perdeu parte da mão direita, atingida por um dos projéteis.

O vídeo, registrado pelas câmeras de segurança de um comércio próximo, mostra o momento em que um grupo formado por homens e mulheres conversa na calçada. Dois participantes se estranham e começam a discutir. O rapaz de blusa vermelha de mangas compridas é Guilherme de Carvalho, 20 anos, que, no final da confusão, é atingido por disparos feitos por um oficial da corporação.

O homem de blusa azul cerca o rapaz, que tenta se desvencilhar. Em seguida, uma mulher se aproxima para apartar a confusão.

Outras pessoas estão no local e presenciam o tumulto até o momento em que o rapaz e o homem de blusa azul se empurram atrás de um freezer. Nesse momento, a imagem da câmera fica encoberta. Assustadas, duas mulheres fazem sinal para uma equipe da PMDF que está do outro lado da rua.

Segundos depois, Guilherme é dominado pelo outro suspeito, levado para o meio da rua e jogado no chão. Quando ambos estão caídos, dois PMs se aproximam apontando as armas.

Disparos

Quando dois militares que faziam parte da guarnição se aproximam, Guilherme levanta, enquanto o homem de blusa azul permanece deitado. Pelas imagens, é possível ver a fagulha da arma de fogo quando o disparo é feito. O segundo tiro acertou a cabeça do rapaz, que, mesmo assim, teria fugido do local. Encoberta, a câmera não flagra como Guilherme teria reagido.

Na época, o tenente que efetuou os disparos relatou na delegacia que estava com uma equipe, em uma viatura perto do terminal rodoviário, quando presenciou um tumulto. Após se dirigir ao local, o oficial teria abordado Guilherme no meio de uma briga do suspeito com um segundo envolvido. Ainda de acordo com o militar, a equipe se deparou com Guilherme apontando uma arma para o homem.

O PM alega ter ordenado que o suspeito abaixasse a arma, mas ele não teria sido obedecido. Segundo a versão do policial, então, ele se viu obrigado a puxar o gatilho para conter uma possível agressão.

Após os disparos, Guilherme teria fugido em direção às áreas residenciais do Paranoá, deixando a arma no local. Na ocasião, a PCDF constatou tratar-se de um simulacro, ou seja, uma arma falsa. Mais tarde, o rapaz deu entrada no Hospital Regional do Paranoá (HRPA), conduzido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O que diz a PMDF
Em nota, o Comando da PMDF ressalta que a operação ocorreu dentro dos limites. “Um deles estava armado, ameaçando os policiais, e desobedeceu todas as ordens de rendição. Devido à desobediência, o policial efetuou um disparo, que atingiu a mão do homem que portava a arma, e, mesmo assim, ele não cessou a ação. Por isso, foi efetuado um segundo disparo”, diz o texto.
Ainda de acordo com a corporação, foi instaurado um inquérito que se encontra “em instrução na Corregedoria do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios e ainda não retornou à PMDF para continuidade do processo”.

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