PM desabafa após plano de saúde negar atendimento ao filho
O militar usou o WhatsApp para reclamar depois que levou o menino para ser atendido na emergência do Hospital Santa Helena. Foi informado de que só poderia fazer uma consulta por mês. Corporação nega restrição
atualizado
Compartilhar notícia
Os problemas dos serviços oferecidos pelo plano de saúde dos policiais militares do DF ganhou um novo capítulo, denunciando a gravidade a que os servidores e seus dependentes estão expostos. No início do mês, a corporação decidiu suspender uma série de serviços, como consultas médicas. Agora, a situação se agravou, a ponto de crianças terem atendimento negado na emergência de hospitais. A explicação que recebeu era que o segurado só poderia fazer uma consulta mensal.
Indignado com a situação, um PM desabafou pelo WhatsApp após levar o filho para ser atendido na emergência do Hospital Santa Helena, na Asa Norte. Ele não conseguiu que o menino fosse examinado.O militar fotografou a guia de atendimento entregue pelo hospital. O documento destaca que o paciente “ultrapassou o prazo intervalar”.
Revoltado, o policial não poupou críticas. “Motivo: já ter sido atendido este mês na emergência. Pasmem. Agora só pode um atendimento a cada 30 dias. Olha o documento que me deram lá. Cada uma faz sua escolha. Agora, o filho só pode adoecer de 30 em 30 dias. Qualquer coisa diferente, tem que ir para o Hospital de Base”, disse.
PM nega restrição
O chefe do Centro de Comunicação Social da PMDF, tenente-coronel Antônio Carlos, nega que haja restrição. Segundo o oficial, a determinação é que os casos de emergência envolvendo militares e seus familiares sejam atendidos quantas vezes for necessário.
Os exames e os atendimentos emergenciais não foram suspensos. Um caso semelhante ocorreu há algum tempo e, após a nossa apuração, foi constatado que o paciente foi atendido em uma primeira oportunidade e voltou ao hospital em menos de 15 dias. Com isso, o plano não autorizou uma nova consulta, já que estava dentro do prazo de retorno.
Tenente-coronel Antônio Carlos, chefe do Centro de Comunicação Social da PMDF
O oficial ressaltou que o caso envolvendo o desabafo do suposto militar se torna complicado de apurar sem o nome do titular do plano nem do familiar que deveria ter sido atendido. A data e a hora do atendimento também não estão visíveis na guia de atendimento. O PM que fez o desabafo teme sofrer represálias caso seja identificado.
Até o fechamento desta matéria, o Hospital Santa Helena não se manifestou sobre o assunto.
Terceirização
A Polícia Militar do DF aposta na melhoria do atendimento aos servidores na área de saúde com a terceirização do Centro Clínico Médico da PMDF (CMed). Está em andamento o processo de contratação de uma Organização Social de Saúde (OS). Será a segunda unidade a contar com a gestão de uma entidade sem fins lucrativos no Distrito Federal. Atualmente, o Hospital da Criança é a única unidade da rede pública local a adotar esse modelo.
A organização que assumir o centro médico atenderá policiais militares ativos e inativos, pensionistas e dependentes legais. O recurso para desenvolver as atividades descritas no Projeto Básico está estimado em R$ 216.535.023. O repasse será feito em 36 parcelas.