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PM abre inquérito para investigar o que levou sargento a matar soldado

Inquérito tem objetivo de apurar os fatos que levaram o sargento da PMDF a atirar contra um colega dentro de viatura no último domingo

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BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Sepultamento de policial militar - Metrópoles
1 de 1 Sepultamento de policial militar - Metrópoles - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Após um policial militar em surto matar um colega e tirar própria vida, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso. A informação foi divulgada na noite dessa sexta-feira (19/1).

Em nota, a PMDF destacou que vai prestar informações à população ao longo das investigações, desde que não prejudique a apuração. O sargento Paulo Pereira de Souza disparou contra Yago Monteiro Fidelis, no último domingo (14/1).

Na quinta-feira (18/1), a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal instituiu a Política de Qualidade de Vida no Trabalho. A Portaria Nº 163 foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).

A política institui sete eixos: saúde e bem-estar; valorização profissional; relações socioprofissionais; ambiente de trabalho; identificação do servidor com os valores; pessoal; e proteção à vida.

A portaria destina-se a todos os profissionais da secretaria com abordagem em saúde mental. “Elaboração e/ou divulgação de projetos de conscientização, de informação e de sensibilização sobre o suicídio”, conforme consta em documento.

A portaria também estimula a capacitação de profissionais do sistema de segurança pública para identificar casos de risco no ambiente de trabalho.

As mortes dos policiais foram um alerta para a saúde mental de profissionais da segurança pública. Segundo a Polícia Militar (PMDF), em 2023, foram homologados 2525 atestados de afastamento por doenças mentais. Apenas em dezembro, foram 191. Em média, a cada dia, seis PMs do DF tiveram de se ausentar das atividades policiais por estarem em sofrimento psíquico.

Dois lutos

Com salva de tiros e homenagens, o soldado Yago foi enterrado no cemitério do Gama na terça-feira (16/1). Segundo a família, os pais do policial não queriam que ele entrasse na PMDF. Mas, por paixão pela segurança pública, o desejo de proteger a comunidade falou mais alto, e Monteiro vestiu a farda. Parentes pediram que a morte do militar não seja esquecida e que a corporação cuide melhor da tropa.

Pelas redes sociais, a viúva de Paulo Pereira de Souza desabafou. “Você foi um herói, dedicou sua vida, uma vida inteira à Polícia Militar do Distrito Federal. E o que fizeram com você quando mais precisou? Deixaram você sem nenhuma assistência, deixaram você trabalhar doente. Acharam que transferir você para outro batalhão seria a solução”, afirmou. Para ela, o Estado falhou. “Agora, duas famílias choram”, lamentou.

Busque ajuda

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.

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