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Plano Piloto lidera casos de injúria racial no DF. Veja números por RA

Entre janeiro e novembro deste ano, o Distrito Federal registrou 573 ocorrências de racismo, injúria racial e discriminação racial

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Racismo
1 de 1 Racismo - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Entre janeiro e novembro deste ano, o Distrito Federal registrou 573 ocorrências de racismo, injúria racial e discriminação racial. A maioria dessas denúncias, mais precisamente 15,4% delas, foi computada no Plano Piloto.

Os números da Polícia Civil do DF (PCDF) estão divididos da seguinte forma:

  • Racismo: 20 casos
  • Discriminação racial: 12 casos
  • Injúria racial: 541 casos

Em relação às ocorrências por região administrativa, atrás do Plano Piloto aparece Taguatinga (11,5%). Em terceiro lugar está Ceilândia, que totaliza 10,8% das denúncias dos três crimes neste ano.

Confira, abaixo, os números no mapa do DF:

Questões raciais e sociais

Os dados mostram que grande parte dos registros ainda se concentra em regiões de menor poder aquisitivo. Já as áreas mais nobres, como Park Way e Lago Norte, aparecem com os menores números de denúncia.

Para Beethoven Andrade, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-DF, o volume de ocorrências em cidades como Ceilândia e Lago Sul são tão diferentes porque regiões mais marginalizadas ainda são compostas majoritariamente por pessoas negras.

“Quando a gente fala de questões raciais no Brasil não podemos deixar de falar também em questões sociais. Quando falamos de classe, falamos também de uma formação que decorre de um contexto racial. A classe A é formada principalmente por pessoas brancas. Já as classes D e E são formadas majoritariamente por pessoas negras. O Lago Sul tem muito menos população negra do que a Estrutural, por exemplo”, pontua.

Para Beethoven, o fato de o Plano Piloto liderar este ranking pode ser justificado pela presença da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) na área central do DF.

“Temos essa delegacia especializada mais próxima do centro. Talvez se tivesse uma Decrin em Ceilândia, por exemplo, o número de ocorrências lá seria ainda maior”, considera o presidente da comissão.

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Importância da denúncia

Ângela Maria, delegada-chefe da Decrin, explica que a delegacia especializada trabalha com acolhimento. “Nós focamos na prevenção, na divulgação dos canais de denúncia… Não é só o registro da ocorrência”, diz.

“A gente tem uma escuta ativa, para ouvir o que a pessoas está dizendo, não meramente registrar. É preciso não fazer julgamento do que a vítima nos traz, nem minimizar sua dor ou revolta. Com isso, é natural que tenham mais registros, mais denúncia. E a gente espera isso, que as pessoas se sintam mais seguras para registrar esses crimes”, afirma a delegada.

Para Beethoven, o alto número de denúncias de injúria racial pode refletir um processo de maior informação da sociedade. “Uma comunidade mais informada, mais ciente das questões raciais, dos seus direitos, vai denunciar crimes como esses. Com isso, temos maior número de ocorrências”, diz ele.

A Decrin funciona de 12h às 19h, de segunda a sexta. No entanto, denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia do DF, na delegacia eletrônica, ou pelo 197.

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