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Pioneiro que ajudou a construir Brasília, Ataíde das Neves morre aos 81 anos

Vítima de câncer, ele ajudou a construir a Igreja São Geraldo, a Barragem do Paranoá e trabalhou na cozinha de Juscelino Kubitschek

atualizado

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Arquivo pessoal
Vítima de câncer, o candango Ataíde das Neves é velado no DF 5
1 de 1 Vítima de câncer, o candango Ataíde das Neves é velado no DF 5 - Foto: Arquivo pessoal

O operário que trabalhou na construção da nova capital do Brasil Ataíde das Neves, 81, foi velado na tarde desta sexta-feira (3/9) na Igreja São Geraldo, no Paranoá, edificação que ajudou a construir. O último adeus ao candango foi feito na presença dos seis filhos, netos, bisnetos e amigos.

Ataíde participou também da construção da Barragem do Paranoá, e ainda chegou a cozinhar para o presidente Juscelino Kubitschek, quando exerceu o cargo de cozinheiro. Ele veio de Pernambuco para o canteiro de obras que seria Brasília em 1957 a passeio, mas decidiu trabalhar na construção quando viu as oportunidades, diz o filho dele, Johnson das Neves.

“Começou como operário, quebrando pedra, na função que diziam ser marteleteiro”, explica o filho. Ataíde morou na Vila Paranoá, local onde habitavam os candangos que trabalharam na construção da barragem da região e que tem importância histórica para o DF.

Foi na construção da Barragem do Paranoá, ainda com 21 anos, que Ataíde fraturou o joelho e precisou executar funções menos pesadas, quando virou cozinheiro. O candango conheceu a esposa, Jozefa das Neves, também em Brasília, os dois viveram juntos por 51 anos, até o falecimento dela, há nove anos.

foto antiga
Ataíde e sua esposa, Jozefa, no Paranoá Velho

“A melhor lembrança que todos temos deles é no dia a dia, era uma pessoa muito alegre, querida por todos, a morte dele deixou todo mundo no Paranoá muito triste”, afirmou Johnson. De acordo com o filho, o velório do pai fez jus à história que ele construiu na cidade.

“Estavam todos os filhos, os netos, bisnetos, os filhos de coração também, as pessoas queridas, estavam todos lá. Foi uma despedida digna, estou muito feliz pelo fato de ele ter muitos amigos e ter sido muito bacana, ele passou nessa terra não foi à toa”, assegurou.

Depois do velório no Paranoá, o candango foi sepultado no Cemitério Campo da Esperança. Ataíde faleceu de câncer de próstata, ele estava internado no Hospital de Apoio.

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O operário em frente a Igreja São Geraldo
O candango na feira do Paranoá Velho
Velório foi nesta sexta-feira
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Ataíde na Barragem do Paranoá, estrutura que ele ajudou a erguer

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O operário em frente a Igreja São Geraldo

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O candango na feira do Paranoá Velho

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