PF vai investigar indígenas que fizeram funcionários da Terracap reféns
Após serem libertados, os trabalhadores foram até a sede da Polícia Federal para prestar depoimento
atualizado
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A Polícia Federal (PF) vai investigar a ação dos indígenas da tribo Guajajara acusados de manter três funcionários da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) reféns, na tarde desta segunda-feira (13/7).
O caso aconteceu na via W9, no Noroeste. De acordo com a Terracap, os trabalhadores foram impedidos, pelos indígenas, de entrar com um caminhão no local onde a estatal realiza obras.
Os trabalhadores teriam sido mantidos em cárcere pelos Guajajara, conforme fontes relataram à reportagem. Eles exigiam conversar com um representante da Terracap.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) foram acionados e auxiliaram na negociação com os índios. Após duas horas, os Guajajara libertaram os trabalhadores.
Os índios estariam reivindicando o restabelecimento de energia e água do acampamento. O fornecimento teria sido interrompido por outro grupo indígena, os Funiô.
Por volta das 15h45, os índios liberaram o veículo da empresa pública. Após serem libertados, os trabalhadores foram até a sede da PF para prestar depoimento.
Outro lado
No fim da tarde, a Terracap divulgou uma nota sobre o caso. Segundo a companhia, um acordo firmado em outubro de 2019 com as etnias indígenas Kariri-Xocó e Tuxá, para desocupação do traçado onde passará a via W9/Noroeste, em cumprimento a decisões judiciais que reconheceram ocupação histórica.
No último dia 8 de julho, a Terracap iniciou o cumprimento do acordo, mediante realocação de parte das famílias e remoção de todas as construções que impediam a finalização da via W9. As obras da nova via recomeçaram no dia seguinte.
“Na data de hoje, integrantes da etnia Guajajara, que ocupa sem decisão judicial uma área da Terracap distante da via W9/Noroeste, compareceram irregularmente ao local das obras e impediram um caminhão de empresa terceirizada de alterar a instalação de um container de vigilância. A Terracap, o DF LEGAL, a Defensoria Pública da União e a Funai estiveram no local, e o caminhão foi liberado. A reivindicação da etnia era a instalação de medidores próprios de água e energia na sua ocupação atual, bem como iniciar conversas sobre a possibilidade de regularização”, diz a estatal no texto divulgado.
Ainda conforme a Terracap, as obras da W9 não chegaram a ser interrompidas pela ocorrência.