PF prende bolsonarista que convocou CACs para manifestação no QG
Em 26 de novembro, o bolsonarista Milton Baldin convocou a população que tenha “armas legais” a se reunir no QG do Exército em Brasília
atualizado
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A Polícia Federal prendeu, na noite desta terça-feira (6/12), um empresário que ficou conhecido após convocar Caçadores Atiradores e Colecionadores (CACs) para protestar em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. A ordem veio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A prisão de Milton Baldin foi confirmada ao Metrópoles pela própria PF. Na noite dessa terça-feira (6/12), começaram a circular em redes sociais de bolsonaristas que o empresário havia sido sequestrado, no acampamento montado no QG do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU).
“Para quem acha que é tudo uma brincadeira, acabou de acontecer um sequestro aqui no QG, em Brasília. Um civil foi sequestrado há pouco aqui, no fundo acampamento. Segundo patriotas que escutaram, ele foi chamado pelo nome e anunciaram a prisão, falando que era da Polícia Federal”, disse um dos manifestantes, acampado na capital federal.
Veja o vídeo:
Isso é muito grave, muito. pic.twitter.com/Jq1Jj0Rs7r
— Luciano Giuseppe (@LucianoGiusepp4) December 7, 2022
Em vídeo divulgado, nas redes sociais em 26 de novembro, Baldin, morador do município de Jurena (MT), instigou grupos de bolsonaristas a se insurgirem contra a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que antes estava marcada para 19 de dezembro e foi antecipada para a próxima segunda-feira (12/12).
O empresário solicitou que colegas do agro liberassem caminhoneiros durante, ao menos, 15 dias, para participarem dos protestos. A imagens foram gravadas no momento em que Milton usou um palco instalado em frente ao QG.
Ele convocou os brasileiros que tenham “armas legais” e os CACs para “mostrarem presença”. “Se nós perdermos essa batalha, o que vocês acham que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas? E o que eles vão falar? ‘Perdeu, mané?’”, disse.
A indignação do manifestante de Mato Grosso sobre as armas se deve ao fato de Lula ser contrário à política armamentista defendida por Bolsonaro. O homem termina o discurso com a Bandeira do Brasil em mãos, dizendo: “Esta bandeira até pode ser vermelha, mas com meu próprio sangue”.
Investigação
Em 29 de novembro, A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pediu à Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) que investigasse e responsabilizasse Milton.
O ofício, do gabinete do deputado Fábio Félix (Psol), também cobra providências para prevenir infrações penais que possam impedir a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
“Os manifestantes demonstraram de forma inequívoca intenção de escalar o conflito de forma violenta, inclusive por meio do uso de armas de fogo. No sábado, um manifestante instigou apoiadores do candidato derrotado [Jair Bolsonaro], especialmente aqueles com porte e posse de arma de fogo, a se organizarem para resistir à diplomação do presidente eleito [Lula]”, diz texto do ofício.
Manifestações
Os protestos em frente aos quartéis-generais de diversas partes do país começaram após 30 de outubro, quando Bolsonaro (PL) perdeu as eleições para Lula, em segundo turno.
Em Brasília, centenas de pessoas estão acampadas, desde então, em frente ao QG do Exército, para pedir intervenção federal, tentar impedir a diplomação do vencedor das eleições, bem como pleitear o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).