PF prende advogado no DF por tráfico de influência no Supremo e STJ
Antônio Malaquias é suspeito de solicitar valores para influenciar o curso de processos pendentes de julgamento. Defesa dele nega
atualizado
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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (10/11), em Brasília, o advogado Antônio Amauri Malaquias, de 51 anos. Ele é suspeito, de acordo com a PF, de solicitar valores para influenciar o curso de processos pendentes de julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). A operação foi batizada de Mercador de Fumaça.
Segundo as investigações, o advogado teria cobrado a quantia de R$ 2 milhões de um prefeito que havia sido afastado do cargo. Parte dos valores seria supostamente utilizada para o pagamento de assessores de ministros de tribunais superiores com o objetivo de viabilizar uma decisão favorável que proporcionaria um rápido retorno do político ao cargo.
Foram cumpridos o mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Todos referentes ao advogado. Não há qualquer indício de participação de servidores públicos nos fatos.O investigado será indiciado pelo crime de exploração de prestígio, previsto no art. 357, parágrafo único, do Código Penal, que prevê pena de reclusão de um a cinco anos, com a causa de aumento de pena de 1/3. Por já ser réu em ação penal por prática de crimes semelhantes, acusado de “vender” ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Polícia Federal representou pela prisão preventiva.
Em 2014, Antônio Malaquias foi candidato a deputado federal pelo PDT. Com apenas 570 votos, não se elegeu. O advogado dele, Bruno Prenholato, conversou com o Metrópoles e disse “estranhar” a ação da Polícia Federal. “Essa não é a área de atuação do Amauri. Ele presta consultoria jurídica, escreve livros, tem uma carreira mais acadêmica do que nos tribunais”, esclareceu.
O nome da operação se deu em razão de os crimes de tráfico de influência e exploração de prestígio serem conhecidos na prática forense como “venda de fumaça”. (Colaborou Juliana Cavalcante)