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Pesquisa mostra que insegurança alimentar afeta 720 mil pessoas no DF

Segundo pesquisa, 24,57% da população do Distrito Federal está inserida em algum grau de insegurança alimentar

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1 de 1 Mulher - Metrópoles - Foto: Igo Estrela / Metrópoles

A insegurança alimentar afeta, pelo menos, 720 mil pessoas no Distrito Federal. Segundo a pesquisa Instituto de Pesquisa e Estatística (IPEDF), 24,57% da população é assombrada pela falta da alimentação adequada no dia a dia.

Veja:

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Para Adriano, a alimentação dos filhos é prioridade
Dona Ivanilde está com a saúde debilitada e também é assombrada pela fome
A comida de Ivanilde foi roubada recentemente
"A fome dói", afirma Rosilene
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A família de Adriano luta diariamente contra a insegurança alimentar

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Para Adriano, a alimentação dos filhos é prioridade

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Dona Ivanilde está com a saúde debilitada e também é assombrada pela fome

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A comida de Ivanilde foi roubada recentemente

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"A fome dói", afirma Rosilene

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Considerando os graus de severidade da insegurança, 451.965 (15,42%) pessoas enfrentam o quadro leve. Na sequência, 133.599 (4,56%) sobrevivem ao cenário moderado. E 134.459 (4,59%) são castigadas em casos graves.

No DF, 58,5% das pessoas em situação de pobreza integram o quadro de insegurança alimentar, sendo 28,2% em grau leve, 13,1% em moderado e 17,2%, grave. De acordo com o estudo, a insegurança alimentar atinge principalmente domicílios com arranjo monoparental feminino.

No recorte de gênero e cor, a pesquisa faz o alerta: 30,4% das mulheres negras do DF residem em domicílios em algum grau de insegurança alimentar e nutricional.

Choro

A insegurança alimentar bate em portas a poucos quilômetros (km) dos Palácio do Planalto, como por exemplo, o Itapoã, região localizada a 22 km da Praça dos Três Poderes.

Desempregado, o morador da região Adriano Moraes Barbosa, 29 anos, batalha todos os dias para alimentar a esposa Maria Rayssa, 27, e as filhas Ana Júlia, 9, Adriana, 7, e os gêmeos do casal, Agatha e Bryan Pietro, 1.

Adriano chora de aflição. “A desigualdade está cada dia maior. O acesso à comida tinha que ser mais fácil. O rico vai ao supermercado e compra parcelado. O pobre, sem dinheiro, não sai do mercado com um pão”, desabafou.

Fome e roubo

A situação fica ainda mais dramática em um invasão nos arredores do Fórum do Itapoã. Com a saúde debilitada, Ivanilde Silva, 53, não havia comido entre o raiar do dia e às 17h30 de segunda-feira (24/7).

Ivanilde tem dificuldades para falar, enxergar e andar. Sobrevive com cestas básicas e doações. E os últimos alimentos foram roubados, segundo ela.

Fome dói

Segundo Rosilene Barbosa, 39, a comunidade se junta para enfrentar o risco da falta de comida. Os moradores buscam doações em supermercados, açougues e padarias.

“Tenho muito medo de passar fome, porque a fome dói, dói demais. Tu já sentiu fome? A barriga ronca, a gente fica em um estresse, e não consegue nem falar direito”, contou.

Vulnerabilidades

O estudo “Segurança Alimentar no Distrito Federal: um panorama sociodemográfico” foi coordenado pela pesquisadora Francisca Lucena. Para a coordenadora,  a fome é um problema multifatorial e o enfrentamento a curto prazo demanda ações para melhorar a renda das famílias e dar suporte para pais e mães poderem trabalhar.

Graus de insegurança:

Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultantes de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos.

Insegurança alimentar moderada: redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentos resultantes de falta de alimentos entre os adultos.

Insegurança alimentar grave: redução quantitativa de alimentos entre as crianças e/ ou ruptura nos padrões de alimentos resultantes da falta de alimentos entre as crianças; fome (quando alguém fica o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro para comprar alimentos).

Segundo o estudo, por exemplo, 43% dos domicílios que gastam mais de 30% da renda domiciliar com aluguel estão em insegurança alimentar.

É preciso também ter atenção à infância, pois 30,7% dos domicílios em que residem crianças na primeira infância (0 a 6 anos) estão em algum grau de insegurança.

GDF

Pelas contas da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), cerca de 100 mil famílias são assistidas pelo o programa Prato Cheio. A Sedes distribui, em média, 10 mil cestas por mês, com frutas, verduras e legumes o que, além de alimentar a família, fomenta a agricultura familiar.

Outra iniciativa é o Cartão Gás. Atualmente, 70 mil famílias recebem o benefício para cozinhar. O GDF também oferece 14 restaurantes comunitários.

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