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Pesquisa mostra a preferência dos brasilienses para presidente

Marina Silva aparece em quarto lugar e o ex-presidente Lula na quinta posição, segundo o Instituto Dados

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
JUIZ FALOU À CCJ DO SENADO
1 de 1 JUIZ FALOU À CCJ DO SENADO - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Se depender dos brasilienses, o país terá como presidente da República um nome de fora da política tradicional para suceder Michel Temer (PMDB/SP). Caso as eleições fossem hoje, dois juízes encabeçariam o ranking da preferência do eleitorado do Distrito Federal. Responsável pelos processos da Operação Lava Jato, Sérgio Moro aparece em primeiro lugar nas intenções de votos, com 19%. Moro é seguido pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do Mensalão, com 17,3%.

Na pesquisa do Instituto Dados, feita a pedido do Metrópoles, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem em terceiro lugar, com 12,3% das intenções de votos. Marina Silva, da Rede, que já disputou a vaga de presidente da República, surge na quarta colocação, com 9,8%.

Denunciado pela Lava Jato por corrupção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria 4,1% dos votos; os tucanos Geraldo Alckmin (3,8%) e José Serra (2,1%) aparecem na sequência; Dilma Rousseff ficou com 1,6%; e o peemedebista Michel Temer (1,2%). O atual ocupante do cargo ficou na lanterna. Um total de 22,9% dos entrevistados disse que não escolheria nenhum dos candidatos e 6% não souberam ou não quiseram responder (confira abaixo).

Esses resultados, no entanto, devem ser modificados até as eleições majoritárias de 2018. Sérgio Moro já chegou a declarar que nunca entraria para a política. Pela Lei da Magistratura, ele teria de deixar de ser juiz para candidatar-se a algum cargo eletivo. Aposentado do serviço público, Joaquim Barbosa, ao contrário de Moro, deixou as portas abertas ao declarar que era um “homem livre”.

De acordo com o cientista político e consultor da Arko Advice Lucas de Aragão, a pesquisa revela o grau de rejeição dos moradores da capital a nomes de gestores conhecidos. “Os quatro candidatos preferidos do brasiliense são de fora da política tradicional, incluindo dois que nem políticos são”, avaliou.

Ainda assim, o especialista ressalta que o retrato atual revelado pela pesquisa não deve se confirmar nas urnas. “Muitas dessas escolhas são feitas com base no recall. Então, a pessoa ouve bastante e acha interessante a Lava Jato, por exemplo, e associa Moro a uma candidatura que não está posta e possivelmente não será”.

A situação do ex-presidente Lula chama atenção na capital quando comparada às pesquisas de âmbito nacional. Na última rodada de levantamentos do Datafolha para as eleições presidenciais de 2018, divulgada em meados de dezembro, Lula lidera todos os cenários de primeiro turno. No segundo, no entanto, ele perde em praticamente todas as simulações.

Na capital federal, o presidenciável com maior índice de rejeição é Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em 2016. Do total entrevistado pelo Instituto Dados, 40,6% disseram que não votariam na petista. Logo na sequência aparece Lula, com 34,7%, e o atual presidente, Michel Temer, com 21,7%.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, que já concorreu à presidência, é rejeitado por 13,6% dos brasilienses, seguido por Alckmin (11,1%), Jair Bolsonaro (9,2%), Marina Silva (8,5%), Sérgio Moro (3,7%) e Joaquim Barbosa (2,9%); 12,9% dos entrevistados afastam a possibilidade de votar em qualquer um dos candidatos; e 10,1% não rejeitam nenhum. Do total, 7,3% não souberam ou não quiseram responder.

Segundo Lucas de Aragão, essa rejeição aos petistas na capital é consequência da composição social do Distrito Federal, que tem a maior renda per capita ( por pessoa) do país. “Os estratos mais altos da população não foram tão beneficiados pelos programas sociais. Dessa forma, é natural que avaliem os postulantes do partido pelos desmandos cometidos por eles, que agora estão sendo revelados”, disse.

A pesquisa do Instituto Dados foi realizada entre os dias 16 e 21 de dezembro e a margem de erro é de 2% para mais ou para menos. Foram entrevistadas 1,2 mil pessoas e a taxa de confiança do trabalho é de 95%. Isso significa que se a pesquisa fosse realizada 100 vezes, em 95 ela teria os resultados constatados na atual.



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