Pesquisa do Sinpol diz que metade dos policiais quer mudar de carreira
Pesquisa do Sinpol-DF mostra que 48,6% dos policiais civis planejam mudar de profissão antes da aposentadoria
atualizado
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Quase 50% dos policiais civis do Distrito Federal planejam mudar de carreira antes da aposentadoria e já estariam se preparando para concursos públicos. De acordo com pesquisa feita pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), 48,6% dos profissionais estão se preparando para prestar concursos em outros segmentos do serviço público, “buscando oportunidades mais atrativas em termos de carreira e remuneração”.
O estudo contou com a participação de 700 profissionais da área. A pesquisa revela ainda que 84% dos policiais civis consideram frequentemente a possibilidade de mudar de profissão. Os principais motivos citados seriam os salários defasados, a sobrecarga de trabalho e a busca por melhor qualidade de vida.
Ainda segundo os resultados da pesquisa, 93% dos policiais civis estão insatisfeitos com a atual conjuntura salarial, considerando-a abaixo das expectativas.
Enoque Venancio de Freitas, presidente do Sinpol-DF, afirma que houve uma evasão de policiais civis nos últimos 10 anos devido ao sentimento de desvalorização.
“A categoria tem liderado uma luta incansável para restabelecer a simetria salarial com os federais, que foi perdida em 2016. Até aquele ano, policiais civis e federais caminhavam juntos. Em 1994, os colegas federais protagonizaram uma greve para conquistar a paridade com a PCDF. Agora, requeremos o mesmo tratamento, alinhado com um compromisso histórico para garantir a dignidade desses profissionais”, afirma.
Freitas alerta que sem salários atrativos, qualquer recomposição de pessoal será temporária, podendo resultar em mais casos de abandono da carreira nos próximos anos.
De acordo com o Sinpol-DF, até 2023, a diferença média entre os salários dos policiais civis e federais era de 37%. Após o reajuste implementado em 2023, essa disparidade foi reduzida para 10%. A PF tem garantido por lei, sancionada pelo presidente Lula (PT), um reajuste parcelado que começará em agosto de 2024 e se estenderá até 2026. Caso a PCDF não receba uma proposta semelhante, essa diferença poderá novamente aumentar para 37%.