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Pesquisa da UnB revela o impacto das fake news no cérebro. Entenda

Estudo elaborado por pesquisadores da UnB e do IDP mapeou elementos que levam à crença em fake news e favorecem a disseminação delas

atualizado

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David Michelsohn/Projeto Comprova
Imagem ilustrativa de um homem com dúvida em frente a um celular
1 de 1 Imagem ilustrativa de um homem com dúvida em frente a um celular - Foto: David Michelsohn/Projeto Comprova

Um estudo elaborado no Distrito Federal revelou os mecanismos que impulsionam a disseminação de informações falsas nas mídias sociais. O levantamento, conduzido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), mapeou os elementos usados em fake news para indução à crença no material e ao compartilhamento dele com mais facilidade.

No WhatsApp, por exemplo, a taxa média de compartilhamento de fake news foi de 8%, com aumento do indicador a depender da forma (cores, fonte de texto) e do tipo da mídia (vídeos, links) usada. Ainda segundo a pesquisa, a desinformação tem mais chances de se espalhar quando é atribuída a figuras de autoridade – mesmo que não se tratem de fatos.

Esse fenômeno, que recebe o nome de “viés de autoridade”, ocorre porque os receptores tendem a acreditar em informações divulgadas por líderes religiosos, políticos ou outras figuras influentes, o que aumenta a credibilidade no conteúdo falso e favorece o repasse do material.

Outro fator que contribui para a propagação das fake news, é a presença de fortes emoções nas mensagens. Conteúdos que despertam sentimentos como raiva, medo e indignação exploram gatilhos mentais que aumentam a probabilidade de que o material seja repassado adiante, segundo o estudo. Entre os temas que provocam esse tipo de sensação estão questões morais, religiosas e relacionadas a crenças ou valores pessoais.

A pesquisa também desmistificou o perfil de quem compartilha fake news e revelou que o comportamento não se restringe a “pessoas menos informadas”. Coordenador do estudo, José Jance Marques Grangeiro destacou que quem repassa esse tipo de conteúdo busca, muitas vezes, reconhecimento social e se conectar com aqueles que compartilham as mesmas crenças – o que impulsiona, porém, o compartilhamento da desinformação nas mídias sociais.

“Não estamos falando de pessoas ingênuas, sem acesso à informação ou sem estudos. Pelo contrário: as pessoas repassam as fake news para ter algum tipo de reconhecimento social, mesmo em microcosmos como grupos de WhatsApp”, enfatizou José Jance.

Os pesquisadores destacaram que a compreensão dos mecanismos usados em fake news é fundamental para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de combate à desinformação. Ao entender como mensagens falsas atuam no cérebro e orientam as emoções, é possível criar campanhas de conscientização eficientes e promover um debate público saudável sobre o assunto.

“Os vídeos, por exemplo, estimulam diversas áreas do cérebro simultaneamente, o que intensifica a retenção e o impacto emocional da mensagem. Esse tipo de comunicação visual não verbal cria um vínculo de proximidade e confiança, o que aumenta a predisposição de as pessoas a acreditarem naquele conteúdo, mesmo sem provas”, acrescentou José Jance.

Quer entender como as fake news afetam o comportamento? Clique aqui para acessar o estudo completo e conferir outros detalhes da pesquisa.

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