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Personal é repreendida em academia do DF por short curto: “Envergonhada”

Vanessa Del Solar, 35 anos, atua na área há 17. Ela foi advertida na recepção do estabelecimento: “Senti-me inadequada e envergonhada”

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Personal Vanessa Del Solar
1 de 1 Personal Vanessa Del Solar - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A personal trainer Vanessa Martin Del Solar, 35 anos, foi repreendida por um funcionário da academia BlueFit, na 516 Norte, pelo fato de estar usando um “short curto”, quando chegava à recepção para dar aula para um aluno na unidade. O caso ocorreu na noite de segunda-feira (19/7), no Distrito Federal.

Ela é brasiliense e atua como personal trainer em academias de ginástica do DF, há 17 anos. Procurada pelo Metrópoles, a profissional relatou que presta serviço no estabelecimento há cerca de um ano.

De acordo com Vanessa, existe uma regra da rede de academias, firmada em contrato com profissionais, a qual determina o vestuário a ser adotado no estabelecimento. A norma estabelece que os profissionais devem trajar bermuda ou calça preta, e a personal trainer sempre respeitou isso.

“Não tenho dificuldade em me adequar ao proposto pela rede. Uma vez, fui com uma calça cor de chumbo e me pediram para não usá-la novamente. De duas semanas para cá, eles estão extremamente exigentes. Quando eu cheguei para dar aula na segunda, o recepcionista disse que eu não poderia entrar por causa do meu ‘short, que era muito curto’. Sou muito responsável com o meu trabalho. Fui surpreendida”, pontuou.

A abordagem se deu porque o recepcionista informou ter sido orientado sobre as regras de vestuário na academia por parte dos profissionais.

“Depois que ele disse que eu seria impedida de entrar para trabalhar, chamou a gerente e eu fiquei na catraca para que ela pudesse ver a minha roupa. De longe, ela falou algo para outra recepcionista, que voltou e confirmou que eu teria de ir embora. Eu respondi que eles deveriam ter tido outra conduta, que eu havia trabalhado com a mesma bermuda no local. A outra atendente respondeu que trocou a gerência da unidade e que estão bem criteriosos com isso”, lamentou Vanessa.

Veja o desabafo dela nas redes sociais:

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Personal Vanessa: "Meu sentimento é de ter sido amparada pela lei e acolhida pela Justiça"
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Segundo a personal, ela ainda tentou dialogar, educadamente, sobre uma orientação que deveria ter sido oferecida aos profissionais, com prazo mínimo de tolerância e adequação às novas regras para frequentar a rede.

“Neste momento, eu solicitei o cancelamento. O meu aluno, que assistia a tudo, também pediu para rescindir o contrato. Eles disseram que eu estava alterada e nervosa, mas, em momento nenhum, eu me alterei. Ainda vão me cobrar uma taxa pelo cancelamento, porque eu não avisei com prazo de 30 dias”, acrescentou.

“Senti-me inadequada, como se eu não pudesse escolher que roupa escolho para trabalhar. Fiquei envergonhada. Outras pessoas estavam olhando. Determinaram que o meu short era curto. Muito desagradável”, continuou a profissional.

A personal trainer disse também que não teria problema em aceitar o que fosse pedido. “Se me chamassem em um local reservado para conversar… Não da forma como aconteceu. Não teve conduta ética”, avaliou.

Vanessa comenta que resolveu expor o caso para que outros profissionais saibam se posicionar com atitudes como a relatada por ela.

“Sempre me preocupei com a minha imagem profissional. Para mim, o que eu estava usando é uma bermuda. Eu não pude trabalhar. Pago para prestar o serviço na BlueFit, assim como outros profissionais. Não quero que outras pessoas sejam prejudicadas se eu ficar calada e não fizer nada.”

O que diz a academia

Procurada, a BlueFit esclareceu, em nota, que a rede de academias dispõe, em contrato, sobre as regras relacionadas a vestimenta e caracterização do profissional externo, sendo obrigatório o uso de camiseta com a identificação de personal, calça ou bermuda de cor preta.

“Por fim, estamos averiguando a situação ocorrida na unidade 516 Norte e entraremos em contato com a personal para mais esclarecimentos”, informou o texto.

Outro constrangimento

Em março deste ano, caso parecido aconteceu com uma moradora do Sudoeste. A estudante de odontologia Najhara de Mello, 36 anos, recebeu o e-mail de um suposto “Conselho de Mulheres do Edifício” tendo como assunto “Solicitação de vestuário apropriado”.

A pessoa que escreveu a mensagem reclamou do uso de “roupas de academia” e “shortinhos” pela estudante no prédio onde ela mora, pois casais estariam se sentindo “constrangidos”.

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