“Perseguição”, diz veterinária que mantinha gato sem cabeça em casa
Samara Rodrigues é investigada por manter 12 pets em ambiente fétido, sem alimento ou água e com fezes espalhadas por todo o local
atualizado
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Alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por maus-tratos a cachorros, gatos e coelhos, a médica veterinária Samara Rodrigues (foto em destaque), de 30 anos, negou cometer crueldade contra bichos. Ela disse ser vítima de “perseguição” por parte de vizinhos e de protetores de animais.
Samara é investigada por manter 12 pets em ambiente fétido, sem alimento ou água e com fezes espalhadas por todo o local. Segundo a PCDF, na casa de mulher foram resgatados, na última quinta-feira (9/5), oito cachorros, um coelho, uma ovelha e dois gatos em situação degradante.
Além disso, conforme a corporação, na varanda da casa, dentro de uma lata de lixo, havia a carcaça de um coelho em decomposição e com larvas em volta. Os policiais encontraram, ainda, um gato sem cabeça.
“Há cinco anos, os moradores do prédio que fica atrás da minha casa infernizam minha vida, não me deixam dormir em paz. Me perseguem, hackeiam, me filmam. Então, eu tenho muitas provas de que essa parte da Polícia Civil ter arrombado a minha casa é perseguição sem provas, declarou a veterinária.
Ao Metrópoles, Samara negou ter abandonado os animais e informou que há uma pessoa responsável por alimentá-los “todos os dias”. “Os animais não foram abandonados, porque eu estava na casa à noite. No dia anterior eu tinha lavado a casa, colocado comida, olhado todos os animais. Tinha uma pessoa responsável para estar todos os dias na casa, tá? Essa pessoa tinha entrado na casa pela manhã, comprado e colocado comida pros animais” disse. “Meus animais são super bem cuidados”, acrescentou.
Sobre o coelho, a veterinária disse que o encontrou já morto fora da gaiola. “Eu não sei o que que aconteceu com esse coelho. Eu saí de casa aos prantos, porque era uma coelha afetiva minha. E aí, depois que eu limpei tudo, eu coloquei ela no balde porque era o lixo que estava dentro de casa, e saí de casa para rezar. Porque eu estava em luto.”
Maus-tratos
Sem encontrar a veterinária em casa no momento da operação, os policiais descobriram que ela estaria em um local conhecido como Monte de Oração, em Samambaia.
No endereço comunicado, os policiais encontraram o veículo da veterinária e, dentro do carro, um cachorro morto enrolado em um pano, além de diversas roupas, seringas e ampolas de medicação.
A investigada ainda não foi encontrada pela polícia. As equipes resgataram os animais na casa dela e os levaram para um lar temporário, onde receberam os cuidados necessários.
Há um ano, a mesma veterinária havia sido autuada por maus-tratos contra animais.
Durante uma ação da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), em uma clínica veterinária no Assentamento 26 de Setembro, os investigadores encontraram uma égua, um potro, um filhote de ovelha – que usava um vestido –, cinco coelhos, três cães e três gatos (veja abaixo).
A veterinária manteve ao menos 14 bichos dentro da loja e, durante uma semana, dividiu os cômodos e morou com os animais.
A polícia chegou ao endereço após receber informações de anônimos. À época, após a constatação do crime, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) aplicou uma multa de R$ 3.960 à denunciada.