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“Perda que dói muito”, diz amigo do motorista de app morto em briga

Felype Anderson, 22 anos, foi assassinado, após uma confusão no Itapoã, na frente da noiva, com quem ia se casar na segunda (15/4)

atualizado

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Nathalia Cardim/Metrópoles
enterro motorista uber
1 de 1 enterro motorista uber - Foto: Nathalia Cardim/Metrópoles

Muito emocionado, Erick Lucas Dias Borges, 20 anos, amigo do motorista de aplicativo Felype Anderson de Sousa, assassinado na sexta-feira (12/4) após uma briga de trânsito, disse que, agora, o importante é buscar a Justiça.

“Éramos amigos há cerca de oito anos. Ele foi meu líder de grupo na igreja. Um cara nota 100. Sempre disposto a ajudar. Muito amigo, sorridente e fiel. Uma perda que dói muito”, lamentou.

“Tudo o que queremos é pedir a atenção das autoridades para este caso. Ninguém pode sair matando uma pessoa inocente na rua a troco de nada. Sem motivo ou razão. Estamos todos consternados”, completou Erick.

Durante o enterro, os amigos da igreja usavam camisetas com a foto de Felype. Os familiares que acompanham a despedida do jovem preferiram o silêncio.

Aos prantos, mãe e irmã não saíram do lado do caixão. A maioria dos presentes estava com rosas brancas e vermelhas nas mãos para depositar em cima do caixão antes do sepultamento.

Júnior Lopes, 43, proprietário da Academia Elite, onde Felype praticou muay thai por anos, definiu o jovem como uma pessoa muito educada. “Não dá para entender o que aconteceu. Ele era extremamente gentil, incapaz de fazer mal a alguém. Treinava desde os 12 anos. Muito dedicado e bondoso.”

Por volta das 10h15, todos os presentes se reuniram na capela para fazer uma oração, como forma de prestar a última homenagem para a vítima. O pastor da igreja que o jovem frequentava classificou Felype como um “homem de valores e, acima de tudo, muito caráter”. “Temos certeza que ele está ao lado de Deus, acolhido em seus braços”, disse o pastor.

No total, ceca de 200 pessoas acompanharam o velório. Os amigos cantaram músicas e finalizaram a homenagem com uma salva de palmas.

Crime
O autor dos disparos de arma de fogo, Alessandro Guerreira Barros, 27, está foragido. O crime é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), que ainda não prendeu o acusado. A delegada à frente do caso, Jane Klébia, ressalta que os agentes estão à procura de Alessandro. “Essa é nossa prioridade”, afirmou.

Um vídeo gravado por câmera de segurança de um estabelecimento da região administrativa mostra o momento em que Felype é morto. Nas imagens, é possível ver a vítima gesticulando e discutindo com Alessandro. Em seguida, o motorista de aplicativo recebe quatro disparos, na frente da noiva, com quem ia se casar na próxima segunda-feira (15). Os preparativos para a cerimônia, na Igreja Sara Nossa Terra, estavam prontos.

A gravação não está em primeiro plano porque há uma placa metálica de uma loja na frente, que encobre parte da confusão. Mas as imagens mostram o desespero das pessoas em volta. Entre elas, uma mulher que desce do carro com uma criança. O crime ocorreu por volta das 19h20.

“Me perdoa”
“Me perdoa, eu não fiz nada”. Essas foram as últimas palavras ditas pelo motorista de aplicativo Felype Anderson de Sousa à noiva, logo após levar quatro disparos nas costas em briga de trânsito, na noite de quinta-feira (11/4).

Aos policiais da 6ª DP (Paranoá) que investigam o caso, a moça de 18 anos disse que o suspeito ameaçou o noivo antes de sacar a pistola .380 e efetuar os disparos: “Se você ficar aqui e continuar falando, vai levar uns pipocos”.

Alessandro teria feito a ameaça após se negar a pagar qualquer prejuízo da batida que envolveu os dois motoristas. “Segundo depoimento dela [da noiva], Felype desceu do carro e foi tirar satisfações. Teria dito: ‘Poxa, você bateu no meu carro’. Alessandro teria respondido que não estava ‘nem aí’”, disse a delegada Jane Klébia, chefe da 6ª DP.

A noiva do jovem, então, chamou o companheiro e pediu para que ele entrasse de novo no carro. “Foi quando ele [Alessandro] veio e disparou quatro vezes contra a vítima”, acrescentou a delegada. Nesse momento, ela desceu do veículo, deu a volta e foi tentar socorrer Felype. Foi aí que ele teria pedido perdão à moça.

Veja fotos de Felype:

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Felype tinha 22 anos
A vítima era motorista de aplicativo
O jovem foi socorrido por populares, mas morreu no hospital
Briga de trânsito teria motivado o crime
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Local onde ocorreu o crime

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Felype tinha 22 anos

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A vítima era motorista de aplicativo

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O jovem foi socorrido por populares, mas morreu no hospital

Reprodução/Facebook
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Briga de trânsito teria motivado o crime

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Felype foi atingido por tiros nas costas

Em depoimento, a noiva, que não será identificada na reportagem por questões de segurança, negou qualquer contato físico entre os dois. “Não houve cuspe, briga ou empurrão. Só bate-boca”, disse a jovem aos policiais. A versão, no entanto, é contrária à da sobrinha de Alessandro, de 16 anos, que estava no carro com o suspeito.

Ela disse que Felype fazia baliza para estacionar na via da Avenida Comercial do Itapoã, por volta das 20h. Alessandro tentou passar e acabou atingindo a lateral do veículo da vítima. Ele parou um pouco mais à frente para ver se tinha danificado a lataria, quando o motorista do automóvel atingido reagiu de forma bastante alterada.

Material cedido ao Metrópoles

Ainda de acordo com a garota, Alessandro (foto acima) não xingou a vítima, só dizia: “Calma, você vai me bater?”. Felype teria empurrado o suspeito do crime, após chamá-lo de “comédia”. Em seguida, virou de costas e seguiu em direção ao seu carro. Nesse momento, Alessandro sacou uma arma de fogo que trazia consigo na cintura e efetuou os disparos no outro condutor, que caiu no chão.

Durante a discussão, a adolescente disse que tentou avisar ao tio que o veículo não tinha ficado muito arranhado. Ressaltou que tudo ocorreu em poucos minutos e que, após os disparos, Alessandro falou para ela entrar no automóvel. O suspeito saiu rapidamente do local.

Um mandado de prisão preventiva contra Alessandro foi pedido à Justiça pela Polícia Civil do DF, mas até a tarde de sexta (12) não havia sido expedido. Ele é considerado foragido. O homem saiu do regime aberto em outubro do ano passado. Ele cumpriu pena por tentativa de homicídio. Nesse caso, a motivação foi passional, segundo a PCDF.

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