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Pelo menos 875 professores do DF são grupo de risco para a Covid-19

Dados do Inep indicam 653 desse total na rede pública, 36 em escolas federais e 186 nos estabelecimentos particulares de ensino

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Higienização das escolas do DF para a retomada de aulas
1 de 1 Higienização das escolas do DF para a retomada de aulas - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Quando o Distrito Federal decidir retomar as aulas presenciais na rede pública de ensino, os professores que fazem parte do grupo de risco para a Covid-19 não poderão voltar a trabalhar presencialmente. Eles serão mantidos em atividades remotas para reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus. De acordo com o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelo menos 875 professores brasilienses – de instituições públicas, privadas e federais – integram o grupo de risco da doença.

O levantamento realizado pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, considerou apenas os docentes com 60 anos ou mais em 2020.

A maior parte deles está na rede distrital pública. São 653 de um total de 22,2 mil professores registrados no censo escolar do ano passado. Isso representa 3% do total. Outros 36 estão em escolas federais no DF enquanto 186 trabalham em estabelecimentos privados.

O gráfico a seguir mostra a quantidade de professores, por idade, em cada uma das três redes presentes no DF (distrital, federal e privada).

Por essa e outras razões, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) não acredita em um retorno presencial em 2020. ” Esse ano não volta mais”, taxou Samuel Fernandes, membro da diretoria de Imprensa e Divulgação. Isso porque, explica, não são apenas os professores mais velhos que fazem parte do grupo de risco.

“Tem também professores com comorbidades ou que tem alguém com elas na família, além dos com crianças de até 5 anos. Isso tudo é um percentual grande”, continuou. Uma estimativa da Secretaria de Educação (SEDF) apontou que 35% dos servidores estariam em pelo menos um dos grupos de risco para a Covid-19.

“Nós somos contra tanto o professor com alguma comorbidade voltar como qualquer outro voltar de forma presencial nesse momento da pandemia.O vírus não respeita protocolo. O correto mesmo é voltar apenas quando a pandemia estiver controlada e a vacina já estiver disponível para todos. Aí sim a volta seria com segurança”, disse Samuel Fernandes.

Antes de o Governo do Distrito Federal recuar da decisão de retomar as aulas presenciais no fim de agosto, o Sinpro afirmou que entraria na justiça para impedir o regresso.

Grupo de risco não compromete retorno

Acionada pelo Metrópoles, a Secretaria de Educação do Distrito Federal afirmou que “o quantitativo de profissionais da educação que fazem parte do grupo de risco não comprometeria o retorno das atividades presenciais”. “Nunca foi cogitado que profissionais e estudantes do grupo de risco retornassem às atividades presenciais. Todos que se enquadram neste caso seguirão com as atividades remotas, independentemente de um retorno presencial”, continuou.

De acordo com os dados da secretaria, “dos 24.293 professores efetivos da rede pública de ensino, 974 têm mais de 60 anos, ou seja, 4% do total”. A pasta não informou quantos possuem comorbidades que são consideradas de risco para a Covid-19.

“A Secretaria de Educação conta com um banco de mais de 30 mil professores substitutos, selecionados por processo simplificado, para cobrir afastamentos eventuais dos docentes efetivos. Portanto, está garantido o atendimento a todos os estudantes da rede pública”, acrescentou a nota.

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