Pedofilia: PCDF identificou 11 vítimas de ex-diretor de escola
Segundo a Polícia Civil, ele tinha como alvo meninos com idade entre 10 e 16 anos. Vídeos apreendidos contêm imagens fortes
atualizado
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Equipes da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), em Ceilândia, prenderam o ex-diretor de uma escola particular do DF acusado de envolvimento com pedofilia. A prisão faz parte da operação Lex Scantinia, deflagrada para identificar um esquema criminoso voltado à prática de crimes de estupro, estupro de vulnerável e comercialização de imagens sexuais envolvendo menores. Pelo menos 11 vítimas foram identificadas e ouvidas.
Em maio deste ano, a PCDF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-diretor do Colégio Cristo, que não funciona mais, Alessandro da Silva Santos, de 45 anos, onde foi apreendido um HD, no qual os peritos localizaram centenas de vídeos e imagens sexuais, envolvendo o próprio acusado com adolescentes do sexo masculino, que aparentavam idades entre 10 e 16 anos. Na época, ele chegou a ser preso, mas pagou fiança e foi solto.
De acordo com a polícia, após ser solto, ele teria procurado as vítimas, porta a porta, para orientar que apagassem qualquer rastro que pudesse prejudicá-lo.
“Através de contatos pessoais, ele abordava os menores nas ruas, geralmente jovens de baixa renda, e, em troca de lanches, celulares e dinheiro, os convencia a gravar cenas obscenas e enviar para ele”, explicou o delegado Ricardo Viana. Ele também incentivava que as crianças praticassem atos sexuais entre elas.
Segundo o policial, uma das crianças, um menino de 13 anos, chegou a ser levado a um centro de umbanda, onde o suspeito atuava como líder religioso. “O garoto disse que o autor o obrigou a praticar atos sexuais com ele, e, mesmo sem querer, consentiu após se sentir ameaçado”, contou o delegado.
Dois adultos, que têm hoje 30 e 31 anos, foram identificados e confirmaram os abusos à polícia. Na época, eram adolescentes e teriam sido aliciados em um fliperama de um shopping no centro de Brasília.
Alessandro também criava perfis falsos nas redes sociais, como se fosse uma mulher, e pedia que os jovens enviem fotos deles mesmos. Depois de um tempo, o criminoso apresenta a verdadeira identidade e passava a oferecer presentes e até dinheiro para continuar recebendo as imagens e se relacionar com os adolescentes.
Farto material
As investigações demonstraram que os atos de A.S.S. eram praticados desde 1990, tendo reunido o maior arquivo de imagens de pedofilia já encontrado pela PCDF em uma única ação. Os policiais conseguiram identificar também um homem que comprava as imagens do ex-diretor. A pessoa foi localizada por policiais civis do DF em Minas Gerais, onde se encontra preso preventivamente.
De acordo com o delegado-chefe da 24ª DP, o segundo acusado foi preso no bairro Nova Esperança, em Belo Horizonte (MG). Durante o cumprimento do mandado de busca na residência dele, os agentes localizaram um aparelho celular com várias fotos de crianças e adolescentes nus e em cenas de sexo. O criminoso foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia da capital mineira.
Segundo a polícia, os dois criminosos compartilhavam entre si e também na internet — via deep web — imagens e vídeos de crianças e jovens em cenas de sexo, e também mantinham conversas por meio do aplicativo WhatsApp. “Há indícios de que essas imagens foram repassadas a outras pessoas da capital federal e também de outros estados. Pelo menos dez vítimas desses criminosos já foram identificadas”, explica o delegado.
Ele vai responder nove vezes pelo artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê pena de um a quatro anos de reclusão. E mais dois estupros. Sendo um, estupro de vulnerável. As penas, se somadas, variam de 23 a 31 anos de prisão em regime fechado.
Assista a entrevista do delegado Ricardo Viana: