metropoles.com

Peça quebrada teria feito água do Mané Garrincha escoar pelo “ladrão”

Essa seria a causa da conta de água e esgoto de R$ 2.266.757 do estádio. Governo do Distrito Federal aguarda laudo técnico da Caesb

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Felipe Menezes/Metrópoles
paranoá
1 de 1 paranoá - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A conta de água e esgoto de R$ 2.266.757 do Estádio Mané Garrincha pode ter sido motivada pelo mau funcionamento do sistema que controla a entrada e a saída dos reservatórios da arena. Segundo o Metrópoles apurou, o dispositivo que avisa o total preenchimento das caixas estaria quebrado, provocando o escoamento para as redes pluviais que desaguam no Lago Paranoá. Ironicamente, o equipamento desvia a água em excesso para um cano conhecido por “ladrão”.

Três fontes ouvidas pela reportagem apontaram o mesmo problema. O mecanismo que avisa quando os reservatórios estão completos necessita de manutenção e esse trabalho estaria sendo feito manualmente. Vale lembrar que o estádio está fechado desde maio, quando foi disputado o último jogo no local.

Funcionários da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) estão procurando o que causou uma conta de água tão astronômica. A investigação começou na terça-feira (18/7), após o Metrópoles revelar o gasto milionário do estádio e o desperdício dos 94,2 mil m³ de litros de água. A quantidade é suficiente para abastecer a Candangolândia por mais de um mês.

7 imagens
Fluxograma de como seria captada a água da chuva
Mapa explica como seria  o funcionamento do sistema de água do estádio se todas as obras tivessem sido feitas
Estádio mais caro da Copa passa frequentemente por problemas
Gramado do estádio foi um dos problemas durante as Olimpíadas 2016
1 de 7

Conta astronômica ainda não foi explicada oficialmente

Reprodução
2 de 7

Fluxograma de como seria captada a água da chuva

Divulgação
3 de 7

Mapa explica como seria o funcionamento do sistema de água do estádio se todas as obras tivessem sido feitas

Divulgação
4 de 7

Estádio mais caro da Copa passa frequentemente por problemas

Felipe Menezes/Metrópoles
5 de 7

Gramado do estádio foi um dos problemas durante as Olimpíadas 2016

Rafaela Felicciano/Metrópoles
6 de 7

Felipe Menezes/Metrópoles
7 de 7

Do lado de fora, Mané Garrincha não recebeu nenhuma obra do projeto inicial

Felipe Menezes/Metrópoles

O presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Júlio César de Azevedo Reis, nega tal possibilidade e aguarda os relatórios técnicos. A estatal é proprietária da arena brasiliense.

O problema foi parar no alto escalão do Governo do Distrito Federal. Na tarde desta quarta (19), o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, despistou sobre a possibilidade de falha no funcionamento dos reservatórios. “Existem hipóteses, mas nada confirmado. Eu prefiro não comentar e esperar pelo relatório dos técnicos”, completou. Ele disse ainda ter dado uma semana para que seja descoberto o que de fato ocorreu.

O caso levou o Palácio do Buriti a criar uma comissão para investigar o assunto, chefiada pela própria Casa Civil.  “Não adianta você dizer que o hidrômetro está funcionando e não encontrar uma explicação que seja lógica para justificar o aumento do consumo”, cobrou Sampaio.

A fatura, que venceu em 20 de junho, só deverá ser paga pela Terracap após os devidos esclarecimentos. “Se tiver ocorrido o consumo é uma dívida da empresa, entre tantas outras. Só quando a coisa estiver devidamente esclarecida nós vamos poder falar em pagamento”, afirmou Sampaio.

Estádio deveria economizar R$ 250 mil por ano com água
Se o projeto inicial  e completo do Estádio Mané Garrincha tivesse saído do papel, a conta de água poderia ser mínima. Quando Brasília foi eleita uma das sedes da Copa, era para o piso ao redor do estádio ser intercalado de modo a permitir a captação da água da chuva, que seria armazenada para abastecer a própria arena.

O sistema de captação, tratamento e reaproveitamento de água geraria uma economia de R$ 250 mil por ano aos cofres públicos, além de garantir a destinação de água potável para consumo humano. O manejo de água da chuva atenderia dois itens da sonhada Certificação Leed Platinum, selo máximo de sustentabilidade, que nunca chegou a ser concedida.

O primeiro seria a redução do volume de água escoado pelo estádio e o segundo, a melhoria da água escoada. O projeto de manejo integrado de águas pluviais pode ser visto no documento abaixo.

Manejo integrado de águas pluviais – Estádio Mané Garrincha by Metropoles on Scribd

 

No entanto, assim como os amplos jardins com fontes ao redor da arena, a construção de uma passagem subterrânea que ligaria o Centro de Convenções aos estacionamentos do Mané Garrincha e do Parque da Cidade, e a interligação entre a W4/W5 Norte e Sul, a captação de água foi uma ideia enterrada definitivamente pelos escândalos envolvendo a construção do estádio.

Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público (MPF), o pagamento de propina envolvendo o Mané Garrincha chega a mais de R$ 15 milhões. A Operação Panatenaico, deflagrada em 23 de maio, colocou atrás das grades os ex-governadores José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), além de sete outras pessoas.

O estádio, com capacidade para 70 mil espectadores, foi o mais caro construído para a Copa do Mundo de 2014: R$ 1,8 bilhão. O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) apontou que esse valor pode chegar a R$ 2 bilhões, em razão dos últimos aditivos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?