PCGO prende grupo que aplicou “golpe dos nudes” em 2 mil vítimas
Esquema envolvia até o vídeo de uma delegacia falsa, que supostamente investigaria a denúncia de troca de nudes de homens com adolescentes
atualizado
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A Polícia Civil de Goiás (PCGO), deflagrou, na sexta-feira (23/9), a Operação Delegado Fake, para reprimir um grupo criminoso especializado no “golpe dos nudes” praticado contra, pelo menos, cinco vítimas, sendo três em Goiânia, uma em São Paulo e outra no Amazonas. Foram cumpridos, no total, 16 mandados judiciais no Rio Grande do Sul — nas cidades de Porto Alegre, Charqueadas, Taquara, Viamão, Guaíba e Osório — resultando em cinco prisões temporárias, três preventivas e oito buscas e apreensões.
Apesar de nessa fase da operação o foco ter sido o golpe sofrido pelas cinco vítimas, as investigações apontam que o número de pessoas atingidas no país ultrapasse 2 mil.
Segundo a PCGO, o esquema funcionava da seguinte forma: os criminosos selecionam as vítimas em potencial nas redes sociais. Os critérios envolvem faixa etária e status social. Eles faziam contato por mensagem e iniciavam o assédio.
Um criminoso, passando-se por uma mulher fingia interesse, fazia elogios e pedia o contato de WhatsApp da vítima. A pessoa acabava cedendo e passava a manter conversas íntimas com a suposta mulher.
Nessas conversas, a “mulher” enviava nudes e solicitava o mesmo para a pessoa enganada. Após a vítima estar completamente envolvida, entravam na operação “os pais” falsos, que supostamente revelavam que a mulher seria uma menina menor de idade.
Ameaçando levar o caso à polícia, os criminosos passavam a extorquir as vítimas, exigindo altas quantias. Quando as pessoas enganadas resistiam em fazer os depósitos, para dar credibilidade ao teatro, enviavam vídeos nos quais os supostos pais estariam na polícia falando com o delegado.
Outras vezes, os criminosos também ligavam fingindo ser policiais e exigiam dinheiro para arquivar a ocorrência. Quando as vítimas faziam a transferência dos altos valores, os golpistas enviavam um vídeo no qual quebravam um celular com martelo, dizendo que o aparelho seria da suposta menina e que a vítima poderia ficar tranquila, pois a mensagem teria sido destruída.
Os criminosos chegaram a usar o nome e fotos do Delegado-Geral da Polícia Civil de Goiás, Alexandre Lourenço, para praticar as extorsões.
Os investigados poderão responder por diversas extorsões majoradas, associação criminosa, falsa identidade e, eventualmente, poderão responder por lavagem de dinheiro. A operação contou com 60 policiais e foi realizada pela Polícia Civil de Goiás em parceria com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que prestou apoio fundamental nas diligências operacionais.