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PCDF prende servidora do Hran que vendia cirurgias por R$ 1,5 mil

A ação foi deflagrada após uma mulher, de 55 anos, procurar a delegacia e informar que sua amiga estava intermediando uma negociação

atualizado

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1 de 1 servidora presa - Foto: PCDF/Divulgação

Uma técnica de enfermagem de 56 anos foi presa nessa quarta-feira (22/9) por vender cirurgias na rede pública de saúde do Distrito Federal. A investigação foi conduzida pela 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), no âmbito da Operação Evento Ilícito. A servidora Marlenita do Nascimento Silva (foto principal), aprovada no concurso de 1995, foi presa em flagrante por corrupção passiva. Uma outra suspeita, identificada como Sônia Lopes de Sousa, responsável por intermediar a negociação, também acabou detida.

A ação foi deflagrada após uma mulher, de 55 anos, procurar a delegacia e informar que uma amiga, Sônia, estava intermediando a negociação com uma funcionária do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para agendar a cirurgia de hérnia de seu irmão.

Segundo a vítima relatou, o familiar estava na fila à espera do procedimento no Hran há cinco anos e nunca era contemplado. A mulher comentou sobre o problema com Sônia, que ofereceu uma solução, ao dizer que conhecia uma funcionária do hospital que poderia agilizar o agendamento. A pessoa, contudo, cobraria uma taxa pela marcação da cirurgia.

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Sônia foi presa em flagrante

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Alguns dias depois de a vítima mostrar interesse no agendamento, Sônia mandou mensagens dizendo que a sua conhecida teria feito o pedido para a realização dos exames e que a cirurgia ocorreria nesta sexta-feira (24).

Na quarta (22), Sônia disse que estava tudo certo e faltava apenas o pagamento para a cirurgia ser agendada. O valor acertado foi de R$ 1,5 mil. A vítima marcou para entregar dinheiro e informou à 38ª DP do ocorrido. Os policiais foram até a casa de Sônia e efetuaram a prisão.

Na delegacia, ela colaborou com a investigação. Informou o nome de sua comparsa e autorizou o acesso dos policiais ao seu celular. Em superficial análise das conversas do WhatsApp, foi comprovada toda a prática ilícita.

Em seguida, os agentes da 38ª DP foram até o Hran e efetuaram a prisão de Marlenita, que foi encontrada no posto de enfermagem da ala cirúrgica. As autoras foram presas em flagrante pelo crime de corrupção passiva. Em caso de condenação, as penas podem chegar a 12 anos de prisão.

Evento Ilícito

A operação foi batizada de Evento Ilícito, pois, para disfarçarem a prática criminosa, as duas acusadas, em suas conversas, se referiam ao agendamento da cirurgia como “evento”.

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde do DF disse que abriu processo investigativo para apurar a conduta da servidora.

Leia a nota na íntegra:

“A direção do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) desconhece a venda de vagas para realização de cirurgias no hospital e repudia qualquer ato ilícito por parte dos servidores. A direção destaca que todas as cirurgias eletivas são reguladas, agendadas pela Central de Regulação, respeitando critérios de prioridade, levando em conta principalmente a gravidade de cada caso. O encaminhamento de pacientes para cirurgias é rigorosamente acompanhado pelo Ministério Público, não sendo possível interferências que permitam privilégios. A direção do Hran afirma que está alinhada com a Polícia e vai colaborar com as investigações. Paralelamente à investigação da Polícia Civil, foi instaurado procedimento investigativo na Controladoria da Secretaria de Saúde. Apuradas as responsabilidades e com a confirmação da prática ilegal, a servidora sofrerá as sanções administrativas previstas em lei, que incluem a demissão. A Secretaria de Saúde ressalta que os serviços prestados na rede pública são totalmente gratuitos. Qualquer cobrança é irregular e deve ser denunciada.”

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